Queridíssima Malu
Não poderia furtar-me de uma resposta à tua carta aberta, onde me colocas em tão destacada condição, que me fez corar... “Reconhecida poetisa e escritora”... Talvez até seja, sim... Mas somente para aqueles que me amam... E, como se sabe... “O amor é cego”.
Cá na Usina onde milito há alguns anos – parece que foi ontem! – falam freqüentemente “em” Milene e “de” Milene. Seja por metáforas radiosas ou baixo calão, estou sempre atenta aos pareceres do mundo usineiro, sobretudo alguns de teor vexatório e carregado de expressões com o “doce veneno da adrenalina maléfica”...
Os bons predicativos, ou seja, palavras de carinho e elogios - nem sempre merecidos - têm o poder imediato de emocionar-me bastante, penetrando-me no âmago do sentimento, esse de que todos somos dotados, mesmo nas intempéries trôpegas deste mundo virtual caduco.
Os vexatórios, Malu querida, têm o raro dom de me fazer dar boas gargalhadas. Pois, fico a imaginar a cara, vermelha ou roxa, os punhos encrespados e olhos ríspidos em chispas hediondas, de quem ingenuamente os proferiu, numa vã tentativa de me atingir.
Por isso, amiga linda, não se aflija quando der com meu doce nome atrelado a palavróides torpes. Já me habituei, e são para mim motivos de glória, refrigerando aquele meu lado “moleque” afrontoso que sempre me foi peculiar.
O dia que a “Imprensa Negra da Usina” me deixar de lado, talvez exulte, quem sabe? Acredito que, até, possa sentir uma de minhas estrelas se apagando, talvez a vermelha... Pois a AZUL continuará refletindo sempre as expressões magníficas que recebo, sejam públicas ou por e-mail. E são tantas...
Quanto à sua afirmação de que eu não apago textos, está enganada!
Tenho apagado muitos, principalmente os “lixos”, cujo mau cheiro andava contaminando meu espaço na Usina.
E, se mais não apaguei é porque não tive “saco para isso”. Leva um tempo precioso que poderá ser usado para “algo mais produtivo”.
Infelizmente, a “livre entrada” no site é motivo para que entre quem quiser. E muitos, que não têm a mínima tarimba para a escrita, vêm à cata de carinho, ou palavras de incentivo, talvez...
Lembra-me o cão que entra na igreja por ver a porta aberta.
Abençoado templo é a Usina, que dá aos pobres autores, atores e predadores o mesmo direito de escrever, borrar e apagar seus escritos!
Grata,
pelas palavras de carinho.
Um "PS" para Bebel:
Meu avô também dizia certas frases que me enterneciam. Só que a que me veio agora à memória é totalmente IMPUBLICÁVEL... Conto-te depois!
In: Risos & Sorrisos
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