Usina de Letras
Usina de Letras
248 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62171 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50575)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Infantil-->O COELHINHO LÉO -- 12/03/2001 - 14:58 (Antonio Albino Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(ESSA HISTÓRIA É UM TRECHO DO LIVRO: AS AVENTURAS DE LORAC, DO AUTOR).
Madame Xin era uma bruxa que gostava de fazer malvadezas, principalmente com os animais. Tinha um livro de receitas que usava para fazer poções mágicas, mas qualquer receita levava sempre à tortura ou morte de algum animal. Era asa de borboleta, dente de elefante, rabo de tatu, pé de coelho e outros tantos. A bruxa sempre conseguia essas coisas para incrementar suas receitas de poções mágicas.

Um dia ela acordou (bruxa também dorme, só que durante o dia) querendo aprender a nadar ( sabia voar mas não sabia nadar, não é interessante?). Ela queria aprender a nadar e sempre conseguia tudo o que queria. Abriu o livro de receitas:
-Está aqui a receita que eu quero, vamos ver do que preciso: rabo de peixe, como ela tinha rabo de peixe em casa? Era tarefa do gato preto chamado Mocó, que pescava muito bem e trazia para a bruxa sem comer nada do peixe, pois era enfeitiçado por ela e obedecia às suas ordens.- ôba eu tenho.- casca de cobra, rabo de urubu, ôba eu tenho.- pé de coelho.- o...ham eu não tenho pé de coelho. Preciso arranjar urgentemente um pé de coelho senão minha poção não vai dar certo, mas coelho é muito rápido, como vou pegá-lo? Vou dar um jeito, tenho certeza.

Dizem que bruxa não tem sorte? Olha só que coincidência. Pertinho dali, o coelhinho Léo brincava distraído, pulando de pedra em pedra, quando de repente (aqui eu me refiro à sorte da bruxa) saltou sobre uma pedra que estava solta e caiu sobre um dos seus pés.

O coelhinho estava sentindo muita dor, aliás, gemia de dor e quem não gemeria tendo uma pedra em cima do pé? Com muito esforço tirou a pedra de cima do pé, mas já estava inchando e ele não conseguia andar direito, muito menos pular.

Léo sabia que corria perigo, ficando perto da casa de madame Xin. Vagarosamente tentava afastar-se dali, quando a bruxa apareceu na janela e o viu. A malvada sorriu diante daquela imagem maravilhosa: um coelhinho manquitola bem pertinho de si. Agradeceu aos magos e feiticeiros pela sorte grande e saiu em disparada atrás do pobre coelho.

Foi fácil pegá-lo, pois Léo não conseguia correr; tentou fugir mais foi em vão e a bruxa o agarrou pelas orelhas.
-Agora vou aprender a nadar. Só faltava um ingrediente para a minha poção mágica e aqui estão, os pés de coelho que tanto queria. Que peninha, esse pézinho aqui tá machucado, olha só como tá inchado. Apertou o pé de Léo fazendo-o gritar de tanta dor.
-Calma coelhinho, vou cuidar desse pézinho até ele ficar bom, pois quero usar os quatro pés na minha fórmula mágica para aprender a nadar e não quero que nada dê errado.

Madame Xin prendeu Léo numa gaiola e começou o tratamento na sua pata machucada. Água com sal, pomada preta feita por ela sabe-se lá de que. Mas estava sarando. Dois dias depois o pé estava curado.

Léo não sentia dor, mas estava triste pois sabia que a bruxa ia mesmo cortar seus pés e ele nunca mais poderia correr, brincar de pula-pula, pulando de pedra em pedra. Estava desanimado, quase chorando quando, de repente, teve uma idéia e rezou para que desse certo pois era sua única chance de escapar ileso daquela aventura.

Passou-se mais um dia e a bruxa estava toda contente, cantarolando, pois ia, finalmente, fazer sua poção mágica e aprenderia a nadar sem esforço nenhum, apenas tomando a poção durante uma semana.

Encontrou um coelhinho tristonho e assustado, rezando bem baixinho.
-Olá coelhinho, bom dia, estou tão feliz. Ah, não fique triste assim, você não vai morrer, eu só vou cortar os seus quatro pés, não vai doer nada; o facão tá amolado, veja, disse mostrando um enorme facão que fez Léo estremecer. Além do mais, você deveria ficar feliz por ajudar uma velhinha simpática como eu.
-Eu sei que a senhora é simpática, dona bruxa (já era o plano sendo posto em prática). Estou triste não é por isso não; nem gosto muito dos meus pés, eles são muito feios.
-Então porque você tá jururu?
-É que eu adoro nadar e sem os pés não poderei ir até o rio tomar meu banho. Eu queria que a senhora me concedesse um último desejo, antes de cortar meus pés.
-E qual é seu último desejo?
-Tomar banho no rio. Só uma nadadinha de nada.
-Ah! Ah! Ah! Você acha que sou idiota pra cair nessa? Deixo se banhar e você se manda pra longe, né? Nem pensar.
-Não, dona bruxa, Tá vendo aquela corda ali? A senhora pode amarrar uma ponta na minha perna e a outra ponta na sua cintura. Eu salto do barranco amarrado na corda. Assim, a senhora pode me puxar quando quiser.
-Hum! Acho que não tem perigo. Para provar que não sou tão má como todos pensam, vou conceder o seu último desejo, disse a bruxa, pegando a corda e amarrando na perna de Léo e na própria cintura. Depois abriu a gaiola e deixou o coelhinho sair.

Foram para a beira do rio; o coelhinho se preparou e zás...saltou do barranco. Léo tinha escolhido um local onde o barranco era muito alto e a bruxa nem percebeu a manobra, de tão feliz com a possibilidade de aprender a nadar.

O barranco era alto e a corda não era tão grande assim. Quando Léo bateu na água a bruxa veio junto, pois não conseguiu se segurar, e tchbum na água. Léo roeu a corda e se soltou; nadou até a margem e estava feliz, pois seu plano havia funcionado. Todos os seus pés estavam ali, inteirinhos.

Já ia saindo, louco pra voltar pra casa, quando lembrou-se que a bruxa não sabia nadar. Ficou com pena, virou-se e avistou a malvada se debatendo na água. Conseguiu pegar a corda e arrastou a bruxa até a margem.

-Muito obrigada coelhinho, você me salvou, nunca mais vou te perseguir; vou procurar outra receita pra fazer minha poção e aprender a nadar.
-De nada, dona bruxa. A senhora não merece, mas tenho o coração mole, disse Léo, desamarrando a corda da cintura de madame Xin.

Quando terminou de desatar o nó da corda, madame Xin se levantou de uma vez e pulou sobre Léo tentando agarrá-lo. Léo deu um salto e escapou das garras da malvada.

-Não me pega, não me pega, agora estou com o pé bom.
-Venha cá seu coelho danado, preciso dos seus pés.

A bruxa estava desesperada, se sentindo uma perfeita idiota por ter caído que nem um patinho naquela armação do coelho. Léo já estava longe, pulando de pedra em pedra, feliz, em busca de sua família.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui