Faço poesia
àquelas crianças rebeldes.
À elas, que xingam, gritam, mostram a língua,
eu mostro o meu maior respeito.
Meninos e meninas
que vão e vêm,
correm ao encontro de ninguém.
Cegos, não enxergam futuro
se seus presentes já são duros.
violência, miséria, drogas,
vontade de ter
E nunca poder, nunca poder.
Encosto- me em seus coraçõezinhos
e ouço o tum-tum
de toda criança:
tum-brinquedo, tum-amor, tum-alegria,
tum-doces, tum-histórias, tum-fantasia.
Mas, por fora, somente agressividade,
revolta, ódio, delinqüência.
Faço poeisa e peço à sociedade:
curem esse mal, que não passa de carência!
Chimena de Barros |