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Cordel-->Lembrança da partida -- 02/05/2002 - 22:14 (Zé Limeira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pra respondê ao Anedildo,
As prugunta qui mi feiz,
Percizo contá de uma veiz
O qui a mim foi sucedido.
Nu dia qu ieu fui murrido,
Nos braços di minha muié
E as fia chorando ao meu pé
Cum a maiz malhó berradera,
Mi ponharo numa estera
E ali mermo eu dismaiei.

Ouvia tudo, e pensei,
Qui só tava cuchilando,
Ouvia todos chorando,
Eu entoce mi alevantei.
Dei uma volta e passei
No mêi dos qui cunversava,
Minha famía esguelava,
Eu tava cuma drumindo,
Assim fui indo, fui indo
Sem sabê o qui si passava.

Pra todo mundo eu oiava
Tentando a compreendê
Mais num chegava a sabê
As coisa qui cunversava.
Vortei pra donde estava
Muié e fias chorando,
Fiqui abobado oiando
Mi vendo ali estirando
Tava muito admirando
Assim cuma qui sonhando.

Eu vi o dia passando,
E o pessoá mi arrumô,
Quando a tardinha chegô
Num caixão fui colocado.
Andava prá todo lado
Cuage cuma flutuando,
Du qui tava se passando
Eu num intidia era nada,
Passáro a noite acordada
Uns rindo, ôtros chorando.

Ninguém falava cum ieu,
E nem mi cumprimentava
Mais nada mi incomodava
Eu num sei o qui mi deu.
Quando o dia amanhiceu,
Comeram pão cum café,
I adispois siguiro a pé
Carregando com o caixão,
Os amigo, uns irimão
I o pai di minha muié.

Dispois de uns dias passar
Vagando pur meu terrêro,
Vi um grande nevuêro
Por tudo qué lado chegá.
Dispois di tudo fechá
Ficando tudo cinzento
I vi naquele momento
Muita gente feia i isquizita
Numa procissão infinita
Iam chorando gemendo.

Eu fiquei ali só vendo,
Pois nada compreendia,
Não tinha noite nem dia,
Naquele lugá horrendo.
Mi cansei di ficá vendo,
Findei pru mi alevantá
E comecei a caminhá
Seguido a leva di gente
Qui seguia sempre ausente,
Sem direção mode andá.

Fiquei no horrive lugá
Donde num é noite nem dia
E onde tudo qui se fazia
Era andá e mais andá.
Num percisava de pará,
Pruquê ninguém se cansava
Num cumia , nem cagava,
Num tinha sede nem fome
E muita muié e home
De chegá nunca parava.

Despois vem o resto.

Limerinha do Tauá, preto véi do fôigo de sete gato




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