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Poesias-->Poeira cósmica -- 02/07/2001 - 00:37 (Maria José Limeira Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




POEIRA CÓSMICA



Texto e Tradução de Maria José Limeira







(Para Shalamael Ariel)







Irmão dos meus dias vazios.



Charco de sofrimento e solidão.



Tua voz débil e distante me chama.



Tua lágrima se estraçalha



no peito que não agasalha.



Teu vagido se perde na imensidão.







A poeira cósmica que envolveu



Gagarin na nave enfeitiçada



que o abraçou no espaço



ainda é apta para alçar



teu vôo impreciso e teu amor



no espasmo-útero-regaço, onde dormes.







Ainda não nasceste, feto fedorento.



Mas teu débil grito faz-se ouvir



no éter da História dos Mil Dias,



quando o Deus que contestas



planeja-te e faz festas



para o teu natalício devir.







Ou já nasceste e és criança,



violentada ainda no peito.



Sem saber direito



que opção escolher no teu destino.



Menino torturado, menino,



solto em desatino.







Ou já és homem, barbudo,



Cabeludo, pleno de ti,



Em todo o vigor do sexo.



Sorrindo para o futuro.



Sem ligar pra escuro.



Plexo, amplexo e convexo.







Ou és homem-mulher,



Hermafrodita sem-vergonha.



Gozador, irônico, sardônico,



Sem conseguir matar



o menino primitivo dentro de ti,



que ainda salta e brinca.







Não és ninguém, e és tudo.



És o galo-de-campina



que conquistou o mundo.



Perdeste luz, visão, asas.



Ainda assim, sobrevoas



os telhados das casas.







Com o corpo em chagas,



os membros mutilados



no troar da última guerra,



pelas tuas mãos escorre a terra



da vala onde serás sepultado,



como cadáver desconhecido.







Não és nenhum bandido



És poeta. Tua estrelinha,



Musa que criaste, dona de ti,



ainda ficará aqui com o recado:



o Céu onde estarás é bom.



Cantarás no mesmo tom...







Poeta, amargo e dolorido.



Canta junto ao meu ouvido...







------







Tradução para o Espanhol:







POLVERO CÓSMICO



Maria José Limeira







(Para Shalamael Ariel)







Hermano de mis días vacíos.



Pozo de dolor y soledad.



Tu voz débil y distante me llama.



Tu lágrima rasgase



en el pecho sin abrigarse.



Tu gemido perdiese en la amplitud.







Polvero cósmico que envolvió



Gagárin en una nave encendida



Que lo ha alzado en el espacio



eres aún capaz de erguir



tu vuelo imperfecto y tu amor



en el espasmo-cuelo-útero a donde duermes.







Non eres nacido aún, feto hediondo.



Pero tu latido se oye



en el éter de la Historia de Miles Días,



cuando el Dios que niegas



planea y hace fiestas



en tu navidad futura.







O he nacido y eres niño,



Violado en el pecho.



Sin saber derecho



que opción menguar en el destino.



Niño torturado, niño, niño



Liberto en el desatino.







O eres hombre, barbado



y piloso, lleno de ti,



En el vigor de tus genitalías,



sonriendo al mondo



sin sujetarse al oscuro.



Teso, abrazado, cóncavo. .







O eres hombre-hambre,



Hermafrodita sin pundonor.



Guasón, sátiro, mordaz



Sin conseguir matar



el niño prehistórico dentro de ti



que aún salta y brinca.







Eres nadie y eres todo.



Eres diminuto pajarito



que conquistó el mondo.



Perdiste luz, visor, alas,



Y mismo así vuelas



sobre los tejados de las casas.







Con el cuerpo en chagras



y miembros mutilados



en el estruendo de la ultima guerra,



por tus manos desliza grano de tierra



del solo donde serás sepultado



Como cadáver desconocido.







No eres ninguno bandido.



Eres Poeta. Tu estrellita,



Musa que criaste, dueña de ti,



aún fijará cuy con un recado:



el Cielo donde estarás eres bueno.



Cantarás en el mismo tono...







Poeta amargo y dolorido.



Canta cuy junto al mi oído...































































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