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Cronicas-->Escàndalo suino -- 04/02/2001 - 14:38 (Rosângela Scheithauer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Escàndalo suino

(Rosàngela Scheithauer)


O filósofo franco-húngaro Emil Cioran (falecido em 1995) disse: "Todos nós deveríamos ser capazes de gritar pelo menos por um quarto de hora ao dia. Dessa forma a raiva seria amenizada pelo choro"
Cioran sempre foi considerado um filósofo absurdo, mas no comentário acima ele tem razão, principalmente hoje em dia. Pode-se fazer outra coisa senão chorar de raiva quando repentinamente só se ouve falar no "escàndalo suino"?
Na Áustria, tanto os jornais quanto a TV ou mesmo nas ruas só se discute o problema das carnes contaminadas e da doença BSE (aquela da "vaca louca").
Há anos comemos carne de todo gênero e todo esse tempo sabendo como os animais lucrativos (vaca, porco e galinha) são torturados antes de chegaram às nossas mesas. Não é de hoje que ouvimos falar nas calamidades da "criação em massa" onde os animais são diariamente injetados com hormónios, antibióticos e Deus sabe mais o quê! Isso tudo sem contar a maneira deplorável em que são submetidos ao serem transportados para a chacina final - pode-se dizer que os pobres chegam quase massacrados ao seu triste destino. Essas indefesas criaturas sempre foram torturadas, maltratadas, injetadas por tanto tempo... porque só agora essa súbita reação do consumidor em relação às carnes?
Na realidade estamos falando de saúde e dinheiro!
Por um lado as pessoas têm medo de comer carnes originadas das produções em massa, por outro existe a questão do preço: carne em massa é mais barata que carne garantidamente biológica. Atualmente na Áustria gasta-se cada vez menos em produtos alimentícios e mais em supérfluos e justamente aí é que está o aburdo da questão: o criador de gado tem que se desdobrar para conseguir oferecer o preço mais baixo pelo seu produto a fim de que nós, consumidores, esvaziemos as prateleiras dos supermercados. As indústrias, por sua vez, têm o seguinte conceito: enquanto o consumidor "engole" o produto, por que mudar o sistema? Nada acontecerá se o público não reagir.
E a reação é esta atual: só se fala em "produtos naturais e biológicos", discute-se os riscos do produto em massa, pensa-se na saúde. Ninguém, entretanto, quer saber de pagar mais, o consumidor não quer que toquem onde mais lhe dói: no bolso!
Pobrezinhos dos porcos, devemos-lhes nossas mais sinceras desculpas, pois pertencem ao grupo de um dos mais inteligentes animais... se o deixássemos ser como Deus os criou.
Lí que o místico islàmico Al Gazzali (1.100 d.C.) citou em seus escritos que certa vez Jesus disse a um porco que lhe cruzou o caminho: "Vá em paz", ao que um de seus discípulos lhe perguntou: "Mestre, como podes dizer isso a um porco?" Jesus respondeu: "Não quero que minha lingua se acostume a fazer maus comentários".
Em todo esse sensasionalismo, os porcos somos nós próprios que não sabemos lidar com os animais e por isso estamos sendo punidos. O escàndalo suino é na verdade um escàndalo humano!
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