Assim como as máquinas precisam de revisão e reparos, a alma humana necessita de restauração para remover o azinhavre do pecado que impede o brilho de Deus refletir em nosso rosto. Um rosto enferrujado pelo pecado não pode refletir Deus. Um coração repleto da graça de Deus vive as dimensões da imagem e semelhança com o Criador: a dimensão humana e a dimensão divina. Deus em sua natureza divina se fez carne e tornou-se semelhante ao homem.Imprimiu no homem a imagem divina de Deus e habitou o homem para acostumar o homem habitar em Deus (S. Irineu de Lião) e para que o homem habite em Deus, Ele fez de seu tabernáculo a nossa morada e de nossa morada, seu tabernáculo. Inspirou-nos a fé e nos deu um sopro de inteligência que se fortalece nas vertentes da oração. A fé e a oração, são ao mesmo tempo o caminho e a porta do céu. A fé nos conduz à oração e a oração fortalece a fé, de modo que quando a fé é pouca, a oração é pequena e quando a fé é pequena a oração se torna fraca. A oração fortalece a fé, mas primeiro veio a fé como dom gratuito de Deus. Ninguém é tão cético que não tenha uma fé, por maior o menor que ela seja. Todos acreditam na existência de um ser superior, divino, cósmico ou indizível. De algum modo, nesse ser superior teocêntrico, cosmocêntrico ou até mesmo homocêntrico, há uma vontade divina de manifestar-se ao homem, através daquilo que o homem acredita. Por isso, inspirou na criatura humana uma sede insaciável de Deus de tal modo que o homem está sempre à procura de Deus, pelos caminhos mais diversos, tanto pela oração quanto pelo silêncio do deserto, para que novamente sedento, volte a procurar água na fonte da fé.Quando oramos o céu faz silêncio de meia hora para ouvir (Ap 8,3-4). Então, por que não fazer silêncio de meia hora para ouvir o céu?
