OUTROS MISTÉRIOS
Quem sou?
Que penso eu?
Porque insisto em escrever
meu sentimentos frouxos?
Neste final de tarde
o que importa o que foi ao dia?
A noite, sem piedade, chega
com promessas de papolas obscenas,
a prescrutar silêncios em árvores em ruinas
Nos rios da minha alma
margens longas se alargam com medo
em infernos já vividos
Cozinho meus sonhos
em panelas quase rotas
que destilam desejos abandonados
A música quente, talvez do Caribe,
longe,
fere meus ouvidos
sem desvendar, no entanto, outros mistérios
© Fernando Tanajura Menezes
(n. 1943 - )
http://tanajura.cjb.net
|