07.07.2001
Havia um sapo sabido
Que tudo na vida sabia.
Por anos a fio a estudar,
O sapo sabido entendia
De tudo, era só perguntar.
Da mata, e pássaros, e rios,
Desde a terra às nuvens errantes,
Sempre uma história a contar.
Do céu e as estrelas brilhantes.;
O sapo sabia explicar.
Solitário o sapo vivia
Num lago sozinho a fiar.
Na pedra, o sapo estudava e
Não via o tempo passar.;
Sem tempo se quer p’ra sonhar.
Ua noite de lume e luar,
O sapo com a vida encantado,
Ouviu do fundo do lago
O canto de alguém a cantar:
Pula Sapo, pula na lagoa...
Pula que esta água está p’ra lá de boa!
A pedra estava lisa, e o sapo escorregou.
O sapo que era sabido, e
Que tudo na vida entendia,
Desatento sentiu-se enlevado
Esqueceu que nadar não sabia, e
Morreu na lagoa afogado.
|