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Artigos-->O PATO -- 24/03/2003 - 11:26 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu nome é Van Bob. Não sou nenhum Pedro Américo ou Debret, mas me dou bem com pincéis, telas, cavaletes e até brochas. Quando pinto, navego na imaginação e medito nos assuntos que me foram realidade um dia. Meus quadros não apresentam ângulos agudos em demasia; nem os tenho abertos. Na verdade meu estilo vale-se do abstracionismo. O concretismo das minhas expressões sai do meu ser profundo e manifesta ausência de fidelidade com os perceptos do dia a dia.



Por isso, quando pintava a imagem, do que hoje parece um par de seios lindos, recordava os tempos de menino. Naqueles dias, quando em companhia de outros garotos, me sentia sempre menor do que eles. Porém eu jamais atribuiria esse fenômeno ao fato de meus pais terem a forma picnica de existir. Assim eu me queixava constantemente, à mamãe, sobre a exagerada estatura deles, todos, enquanto que a minha beirava ao naniquismo absurdo.



Recordo-me que mamãe, depois de confabular longamente com papai, sobre meu problema, resolveu marcar uma consulta, para mim, num médico novo que se estabelecera havia pouco tempo na cidade.



Eu estava esperançoso que aquele doutor grandalhão, ancudo, e com enormes olhos azuis escondidos pelas lentes grossas dos seus óculos de aros pretos, pudesse fazer algo que me deixasse, pelo menos com o mesmo tamanho dos colegas.



Por isso sempre depois das refeições, tomava aquele remédio amargo que serviria de estímulo à hipófise e que, teoricamente, me faria crescer.



Ocorre que depois de meses de terapia e aumentados exatos dois centímetros ao meu tamanho, o doutor, a fim de me fazer esquecer aquela história toda, asseverou que deveria fazer alongamentos, dolorosos, dos fêmures e tíbias. Eu não concordei e assentí prontamente em interromper o tratamento. Porém um fato inusitado surgiu como efeito colateral da medicação: meu bimbo, que era micro, medrou vertiginosamente, ganhando massa, consistência e peso. Isso impressionou de tal forma meu irmão que o prostrou embasbacado. Bem, eu tinha a partir daqueles momentos, algo do que me orgulhar e que sem dúvida, compensaria a chateação que eu sofria por ter tão pouca extensão vertical.



Em sendo eu então daquele tipo coitadinho de mim, afetado, adstrito e constrito; e tendo só a meu favor o cacete vigoroso, ficava temeroso ao sacar, pesaroso, que os tempos da maturidade vinham chegando.



Percebia que a rouquidão da minha voz lembrava a de Donald; mas que a etiologia da minha, com certeza, seria o tabagismo.



Então premido assim, pelo acaso, ficava pensando em obrar algo, mudar de vida, estudar, fazer o Madureza, quem sabe?



O que não podia, reconheço, era continuar naquela vida errante, nas beiras do rio, nos ranchos de pescaria, tomado pela soneira das tardes modorrentas. Tinha que trocar o estilo, mesmo que fosse levado a reboque, igual às malas-sem-alça. Por isso clamei a Deus. E que os ângulos retos nos ajudassem.







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