para quem me encontrar...
“Já experimentou o doce da raiz do mamoeiro, a compota de laranja da terra? Ou o doce de mamão verde? E o mingau de milho verde, será que entra nessa rubrica? Laincasa era comum a geléia de mocotó, muito antes de existir e ser comercializada a marca Inbasa. Era incasa. A gente comprava o mocotó de boi no açougue, baratinho e levava aquela coisa esquisita pra casa, ainda com os cascos. E lento era o cozimento. O aspecto da geléia não era dos mais atraentes, mas criança é como mosca, se sente o doce, usa, abusa e se lambuza.
Quando nos mudamos de Umad para Itan, eu no meio do meu primeiro ano escolar, sai de um método de ensino (o beabá) para entrar noutro, (universal, acho que era o que diziam). A gente repetia o que a mestra dizia olhando pro cartaz e, zás, ou tava com os da frente ou com os de trás. No meu primeiro dia de aula na nova escola tanto me embaralhei com a algazarra da criançada que arranjei um choro, a que chamei de dor de cabeça, e fui pra casa mais cedo. Achando que nunca mais ia voltar. E já tava lá no dia seguinte:
"Olhem para mim:
Eu me chamo Lili.
Eu gosto muito de doce.
Vocês gostam de doce?"
con dolcezza, un abbracio."
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