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Humor-->A MORAL DA HISTÓRIA -- 03/08/2005 - 10:07 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MORAL DA HISTÓRIA


Fernando Zocca


Marlina Cristina Grogue fora avisada, pelo telefone, sobre o casamento de sua sobrinha, que ocorreria no dia 22 de julho, uma sexta-feira, na capela duma cidade vizinha.
Ocorre que naquela sexta, Marlina deveria participar de uma audiência no Fórum de Tupinambica das Linhas. O processo apurava a autoria de uma tentativa de homicídio, acontecida alguns anos antes, numa das esquinas da cidade.
A vítima fora um sujeito em ascensão social, que por motivos de luxúria exacerbada, incorrera em pisadas homéricas na bola, dando ensejo à sanha matadora.
A ex-mulher do empresário, aliando-se a um pára-quedista, pagou para uma dupla R$ 12 mil antecipados, para pôr fim na vida daquele usurpador dos bens materiais e morais alheios. Depois da conclusão do desiderato prometeram mais R$ 16 mil aos bandidos.
A dupla criminosa, esperou o homem de empresa, numa esquina da sua imobiliária. Quando ele se aproximou num domingo, dirigindo o Fiat Uno vermelho, dispararam contra ele alguns tiros.
A violência e o embate da investida foram tais que assustaram os moradores dos arredores. Os gritos de desespero e os estampidos das armas de fogo intimidaram os demais vizinhos.
No final de alguns segundos jazia ali no assento do seu carro, com dois tiros no tórax, um ex-promissor empreendedor, tolhido na sua trajetória pelos pecados da sua própria alma.
Correndo desesperada pela rua deserta, a mulher do corretor, aos gritos e com uma criança recém-nascida no colo, clamava por socorro.
Mas foi pela graça do Criador que o desavisado não embarcou desta para melhor. O atingido permaneceu em coma por mais de oito dias.
A ex-esposa, seu amante pára-quedista, e os executores do crime foram presos.

A pança da Marlina

Marlina resolveu pensar. Depois de matutar, em concomitância com a ingesta de cinco quindins, um bolo inteiro de fubá, duas esfirras e meia pizza de mozarela, ponderou que haveria tempo de participar da instrução do processo e, logo em seguida, tomar o ônibus intermunicipal que a levaria para a cerimônia designada para as 18:00h no cartório.
Às vezes, os bons ventos proporcionam fatos benignos causadores da paz e progresso. Foi o que ocorreu naquele 22 de julho no Fórum. Todas as audiências realizaram-se dentro dos seus horários marcados. Tudo estava na mais santa e progressiva ordem. Houve até sobra de tempo ao pessoal técnico.
Satisfeita, mas sentindo o comichão da fome, Marlina passou na padaria, vizinha ao Fórum e pediu três quibes enormes acompanhados por uma garrafa de refrigerante. Deglutiu, com voracidade, os acepipes driblando os efeitos maléficos da bulimia.
Logo ela percebeu que estava quase na hora de tomar o ônibus até a cidade onde veria sua sobrinha unir-se, pelos laços do matrimônio, ao jovem da família influente.
Ela chamou, pelo celular, um moto-taxista. Quando o jovem surgiu, parou diante dela demonstrando familiaridade com o manejo do veículo. Depois de cumprimentar a passageira, deu a ela o capacete.
A magreza do jovem contrastava com a obesidade exuberante de Marlina. Quando porém, a viajante subiu na garupa da motocicleta, houve a suspensão da roda dianteira, que lembrando uma gangorra, ascendeu veloz.
O motoqueiro, assustado, pediu pra Marlina apear rápido.
Solicitando o capacete de volta, o condutor disse à ex-futura passageira que preferia ter prejuízo por não fazer a corrida, do que suportar o risco de obrigar-se a trocar toda a suspensão traseira do seu veículo.
Marlina boquiaberta pode perceber o ar de troça dos demais fregueses da padaria. Em decorrência desses fatos a moça perdeu o ônibus e o casamento da sobrinha.
Moral da história: o excesso de açúcar pode atrasar sua vida.
Ah sim... com relação ao empresário, ainda tentaram mata-lo algum tempo depois, jogando nele uma bomba. Mas o artefato não explodiu.
O investigador da polícia, que prendeu o casal assassino, também foi morto. Ninguém, até agora, tem pistas dos homicidas.

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