Tenho um modesto site que, este ano, faz seu segundo aniversário. E o endereço é www.darlanzurc.cjb.net. Após eu atingir aquela fase da qual o filósofo e matemático Blaise Pascal chama de idade da razão (mais ou menos aos vinte anos), somada aos vários solavancos na vida, levando em conta a capacidade de distinguir o bem do mal mais o espírito aberto para aprender muito e ensinar o pouco que compreendo da realidade, e ao atravessar um número razoável de leituras — coisa que, devo confessar, está apenas no começo —, resolvi me livrar mais uma vez da timidez intelectual, não me inibir diante dos tão recorrentes erros e, enfim, dar a cara para bater.
A construção recente de um blog meu responde a essa necessidade de superar novamente tal inércia antes mesmo que ela me devore. Penso que decifrei esta esfinge interior — no fundo, era o mínimo que eu poderia fazer — e, de quebra, assumi como verdade inescapável a conclusão do também filósofo (ah, o que seria de nós sem os filósofos!) George Berkeley: “Existir é ser percebido”. O blog se tornaria ainda um veículo a mais de divulgação de minha tumultuosa cadeia mental e um cantinho particular onde, querendo diminuir meus enganos, direi novamente e todo dia: “Eu existo”.
Claro que aparece sempre a pergunta do Darlan cético: há alguma importância para alguém em tudo isso que você faz? Desconfio que não e teimo comigo que, se não tem de fato, ao menos escrevendo torno a vida mais suportável.
E blog (derivado da palavra “weblog”, web + log), diferentemente de um site, é uma página em que o internauta vai registrando suas impressões sobre qualquer assunto, muitas vezes apenas curtos comentários. Começou como um diário virtual, mas se popularizou tanto a ponto de reunir qualquer tipo de texto. Prefiro este formato mais recente, e nele apenas apontarei idéias, pois a análise mais cuidadosa e extensa ficará para lugares adequados, como o meu próprio site.
Que assim seja!
D.Z., Guarulhos (SP).
Publicado no blog darlanzurc.blig.com.br, em março de 2004.