És a astúcia trajando o hábito do pudor.
Tens olhos de serpente
Perspicácia de águia
Aspereza de algodão.
Se queres algo, porém,
Avanças decidida
Sobre a presa,
Rasgando-lhe o peito
E ditando suas condições,
Ao mesmo tempo em que,
Ainda pulsando, estraçalhado,
Reténs nas mãos
O coração ofegante
Quase vivo, quase morto.
E se não queres,
Recuas, qual exército em minoria e sem brios,
Para dentro de teu casulo,
Donde, sob os auspícios da noite,
Medrarás e voarás por aí,
Guiada pela brisa da felicidade.
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