SOCIEDADE UNIFICADA DE ENSINO SUPERIOR AUGUSTO MOTTA - SUAM
Trabalho de Literatura Portuguesa I 1º GQ
POR: FLÁVIA GARCIA
PAULO M. DA COSTA
VANDIR ESTEVÃO
(alunos de graduação em Letras)
Professora REGINA MICHELLI
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA -
RIO DE JANEIRO – 2º SEMESTRE DE 2002
A NOITE DO MEU BEM
Música e Letra: Dolores Duran
Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
e a primeira estrela que vier
para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
e o abandono de flores se abrindo
para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
quero ternura de mãos se encontrando
para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero o amor, o amor mais profundo
eu quero toda a beleza do mundo
para enfeitar a noite do meu bem
Mas como esse bem demorou a chegar
eu já nem sei se terei no olhar
toda ternura que quero lhe dar
Análise da Cantiga de Amigo “A Noite do Meu Bem”
A autora apaixonada faz a escolha de tudo que é belo da natureza, como as flores e as estrelas para enfeitar a noite do seu bem. E o que há de mais puro nessa vida se não uma criança? Principalmente “a paz de criança dormindo”, que significa a tranqüilidade, a ingenuidade. Tal tranqüilidade é buscada também no abandono de flores se abrindo. Por que abandono? Porque a maioria das pessoas não repara em flores se abrindo. Só quando já estão lindas. A pressa do dia-a-dia não deixa ou permite tempo para isto.
Ela deseja sentir o seu coração bater forte por tudo que a vida nos transmite de bom, de alegria, de reencontro. A alegria de um barco voltando e a ternura de mãos se encontrando nos faz imaginar um ato de sentimentos bons e verdadeiros. O ato do amor dos amantes. A alegria de um barco voltando pode estar se referindo a alegria do ser amado voltando após uma pescaria de vinte dias, por exemplo.
O desejo dela não tem fim, quanto mais ele quer mais ele deseja, pois tamanha é a beleza do mundo, e ela simplesmente quer todas para enfeitar a enfeitar a noite do seu bem. “Ah, eu quero o amor, o amor mais profundo”.
Na última estrofe há um lamento, um suspiro, uma certa falta de esperança, devido à demora do seu bem, tanto que ela já não tem a certeza se terá no olhar toda a pureza que quer dar.
HOMENAGEM AO MALANDRO
Letra e Música: Comendador Francisco Buarque de Hollanda
Eu fui fazer um samba em homenagem
A nata da malandragem
Que conheço de outros carnavais
Eu fui à Lapa e perdi a viagem
Que aquela tal malandragem
Não existe mais
Agora já é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro com aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal
Mas o malandro pra valer
Não espalha
Aposentou a navalha
Tem mulher e filho e tralha e tal
Dizem as más línguas que ele até trabalha
Mora lá longe e chacoalha
Num trem da Central
Análise da Cantiga de Escárnio “Homenagem ao Malandro”
A procura dos antigos malandros de outros carnavais “Velhos conhecidos”, ele menciona ter perdido a viagem por não tê-los encontrando mais no antigo berço.
Nesse mundo atual, tudo virou bagunça pois, há muita gente com ares de malandro, e existem malandros de várias formas.
Os candidatos ao governo, os que gostam de aparecer em manchetes de jornais, os que usam suas fardas e armas, e até aqueles que são profissionais em determinados ramos. “O que dá de malandro regular, profissional”.
Malandro com contrato, com gravata e capital são aqueles que só andam bem arrumados, pastinha na mão, bem sucedidos e muito dinheiro. Reclamam que “tá brabo”, mas estão bem de vida. Por exemplo: juiz Nestor, juiz “Lalau”, advogada Georgina. Ficaram ricos com o dinheiro do “Zé Povinho”, citando Juca Chaves.
O malandro para valer, não some de suas raízes, continua na batalha, tem família, até trabalha e passeia todos os dias no trem da Central, cumprindo mais uma jornada.