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cronicas-->Fragmentos de um Dia... -- 11/05/2008 - 13:52 (Academia Passo-Fundense de Letras) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há fatos que se repetem dezenas, centenas, milhares de vezes em nossa vida, sem nos apercebermos da sua insistência, rotineira e simples, em nos mostrar, em coisas pequeninas e singelas, que a melhor coisa da vida é viver a felicidade dessas mesmas coisas singelas e pequeninas, banindo a grande saudade...
Na busca da felicidade, lançamos nosso olhar a horizontes tão longínquos, que nossa visão se ofusca e não percebe as belezas que nos circundam, que se aproximam tanto de nós, como se quisessem abraçar-nos e sacudir-nos, para nos darmos conta de que a felicidade está sempre ao alcance das nossas mãos, mas que a colocamos eternamente onde ela não se pode encontrar.
Nesta anestesia das nossas mais maravilhosas faculdades, vivemos apenas sofrimentos e inquietações, porque buscamos aguardar sempre por anelo do amanhã, esquecidos de desfrutar as realidades tangíveis do hoje. E, assim, com a mente sempre escrava às aleatórias possibilidades do futuro, não notamos nem gozamos aquilo que de fato existe no presente, porque estamos na saudade do passado.
Às vezes, porém, uma trombeta toca mais alto e nos tira do pesadelo sombrio e tumultuoso para a vigília risonha e feliz. Conseguimos sentir, então, na angelitude de um sorriso de criança, no gesto gracioso ou bizarro de um animalzinho, no perfume de uma flor, que a vida é bela quando abrimos para ela os olhos da alma, as portas do coração. Mesmo quando tropeçamos nos escolhos que também a vida nos oferece, ainda aí podemos ser felizes, porque resta em tudo um grande tesouro - a experiência, de que só a vida sabe ser mão, a dar e negar, felicidade ou saudade.
Hoje, a trombeta tocou alto para a minha alma. Em momentànea saída, e durante o percurso de algumas quadras, interrompi por três vezes a caminhada: aqui para colher meia dúzia de palavras cordiais de um velho conhecido; ali, para responder à caçoada folgazã de um amigo alegre e otimista e, acolá, para retribuir o abraço fraterno e cheio de calor humano de uma antiga dileta amiga que me fez chorar, relembrando...
Coisas rotineiras, singelas, pequeninas, mas grandiosas bastante para nos fazerem sentir que existimos, que somos parte desse maravilhoso conjunto, o Universo, grandioso na humildade de uma violeta e ao mesmo tempo simples, quase anónimo na perfeição do seu equilíbrio cósmico.
Impossível é traduzir nesse registro de fragmentos de um ida, as sensações que viveu o meu espírito, naqueles poucos minutos em que acordei para as realidades bondosas do meu presente palpável, prendendo as asas dos sonhos maus de um futuro que talvez nunca se concretize...
Esta emoção é como o suspiro das flores, onde a prece não é murmurada, mas latente com sabor infinito de saudade na qual pudesse bradar: Obrigada, Senhor, pelo que sou e pelo que serei no caminho que deve ser trilhado por Tua vontade e pela Tua presença nesta grande saudade em todos os fragmentos de um dia.


Selma Costamilan, professora, historiadora, cronista e poetisa, é membro efetivo da Academia Passo-Fundense de de Letras. Endereço para correspondência: Selma Costamilan Rua Valdemar de Castro, 110 - CEP 99.070-150 - Passo Fundo - RS.
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