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Cronicas-->O HOMEM QUE QUERIA CRUZAR CABRITA COM VEADO -- 11/05/2008 - 21:12 (Academia Passo-Fundense de Letras) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"......A história começa quando nosso pai, certa noite, foi verificar o que estava acontecendo com os cachorros que não paravam de ladrar. Quando retornou para a casa, trazia um pequeno veado no colo, que encontrara, assustado, no meio das pilhas de tábuas serradas, fugindo da perseguição dos cães. O pequeno veado foi adotado por toda a família, de modo especial pelas crianças, e tornou-se um bichinho dócil, quase domesticado. Depois de adulto, atingiu tamanho considerável e um belo porte. Provavelmente, por causa de algumas semelhanças com os caprinos, (aspas, pelagem, casco, etc.) o sr. João cismou que podia cruzar suas cabritas com o veado. Ante as constantes negativas do nosso pai, um belo dia trouxe uma de suas cabritas e, sem ninguém perceber, colocou-a no cercado. O susto e o desespero do veado foram enormes. Jogava-se para todos os lados, inclusive contra a própria cerca, na intenção de fugir da estranha companhia. Nosso pai, temendo o pior, entrou no cercado e retirou a cabra, com o que acabou a confusão e o veado voltou a sua vida sossegada. Anos mais tarde, apareceu morto, para tristeza de todos nós, provavelmente intoxicado por algum pasto colhido nas roças.
Noutra ocasião, num domingo à tarde, após o costumeiro terço na capela, o seu João, juntamente com os demais homens, dirigiu-se à bodega do Aléssio Ré para um joguinho de baralho e para tomar uma cachacinha, da qual, aliás, era um grande apreciador. Como desandou uma chuva torrencial, demorou-se na bodega mais do que o tempo costumeiro e, consequentemente, aumentou a sua dose de "pinga." Quando a chuva cessou, tomou o caminho de casa. Fosse pelo efeito do álcool, fosse pelo terreno escorregadio, ou pela associação dos dois, ele mal conseguia manter-se em pé; andava alguns metros e desandava. Quando percebemos a situação, começamos a seguí-lo, para ver como conseguiria atravessar o rio sem cair. Prevíamos que sua queda na água seria certa e por nada pretendíamos perder o espetáculo. O rio, que não tinha profundidade média superior a meio metro, com a enxurrada atingia facilmente metro e meio a dois metros. A correnteza provocada pela enxurrada era forte. Não avaliamos o perigo, apenas queríamos nos divertir com a queda. O seu João aproximou-se cambaleante da margem e caiu justamente sobre o terreno que acomodava a árvore utilizada como ponte. Não sabemos de que maneira, mas conseguiu agarrar-se a um galho seco com uma das mãos e, vagarosamente, levantou-se, sempre apoiado ao tronco. Passado o susto permaneceu parado por alguns minutos, aparentemente se recuperando e avaliando a situação. Após alguns trejeitos, empertigou o corpo e, com um equilíbrio espantoso, venceu os cinco ou seis metros do tronco da árvore e só foi cair quando atingiu a outra margem. Daquele dia em diante nunca mais duvidei da proteção especial que Santo Onofre dispensa às pessoas quando bêbadas. (do livro ANTONIO REBONATTO, UM EXEMPLO DE VIDA - páginas 101 a 103. Autor: Alberto António Rebonatto, editora Méritos - Passo Fundo, Coleção Histórias de famílias, v.2).

DADOS BIOGÁFICOS DO AUTOR

Alberto António Rebonatto, filho de Antonio Rebonatto e Chiarina Bitarelo Rebonatto, nasceu em 15 de setembro de 1937, na localidade de Barra Funda, distrito de Sarandi, município de Passo Fundo Hoje, tanto Sarandi como Barra Funda são muncípios.
Cursou o ensino fundamental na escola municipal unidocente de Linha Agusso, no atual município de Barra Funda. Estudou na Escola Normal Rural de Guaporé e concluiu o curso de Professor Rural em 1952, no Colégio Murialdo, em Ana Rech, Caxias do Sul. Durante o ano de 1953 foi professor no Ginásio Sarandi. Em 1954, transferiu-se para Passo Fundo, tendo frequentado os dois primeiros anos do curso Científico no Colégio Conceição, e, o último ano, no Instituto Educacional. Em 1962 colou grau como Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade de Passo Fundo. Trabalhou no jornal Diário da Manhã de Passo Fundo, inicialmente como revisor e, mais tarde, como membro do seu corpo de redatores.
Ingressou no quadro de servidores do Banco do Brasil S.A. em 1958, e trabalhou nas agências de Passo Fundo, Marau, Esteio e Getúlio Vargas, onde se aposentou nas funções de Gerente.
É casado com Lourdes Trindade Rebonatto, com quem tem 5 filhos e 9 netos. O casal reside em Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
Alberto Rebonato, advogado, é membro efetivo da Academia Passo-Fundense de Letras.
E-mail do autor: alberto.rebonatto@terra.com.br
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