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Artigos-->ENTREVISTA COM AYRA_ON, FEITA POR ALEX HUXLEY PARA A NEXUS -- 29/05/2001 - 20:07 (O Entrevistador do Usina) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ENTREVISTA FEITA POR ALEX HUXLEY NO DIA 23.06.01 . PARA A REVISTA NEXUS, LITERATURA MODERNA E POESIA MARGINAL.



TÍTULO: Um poeta entre - vista - outra.



O ENTREVISTADOR: POR QUE COMEÇOU A ESCREVER?

AYRA: O porque eu não sei... por que se faz algo? destino? livre iniciativa? opressão? começo a achar que essa entrevista vai parecer prova de química...



O ENTREVISTADOR: (risos) QUAL FOI O IMPULSO FUNDAMENTAL?

AYRA:Bem, a pedra fundamental? ou lápide? (risos)Bem, Alex... Um dia li um livro, pois tinha o hábito de ser castigado com biblioteca no segundo grau... livro do Fernando Pessoa. Havia uma poesia lá que eu não havia gostado. Eu então escrevi uma paródia sobre cartas de amor... mostrei a um amigo, ele gostou. Acho que foi por que a poesia embelezava e me destacava de outros "tresloucados" prisioneiros da biblioteca do Centrão. Bastilha da educação, Biblioteca ainda é sinônimo de coisa ruim.



O ENTREVISTADOR: VOCÊ SABE O QUE É AMAR? DEFINA AMOR?

AYRA: Ok! Você quer mostrar ao mundo que eu sou um monstro cartesiano e niilista, não é. Pois bem. Não sei amar, pois não sei bem se amor é o que dizem, natural do ser humano... Hobbes diria que todo ser humano é naturalmente mal... Locke diria o contrário, pois bem... eu não acredito em nada disso, pois não há homem natural. Há convenções sociais opressoras. Ter que amar é ser oprimido. Eu prefiro estar só num mundo de ilusões platônicas e quem sabe morrer enforcado pelas cordas vocais. O que eu disse agora pode virar "EU TE AMO, MALDIÇÃO! EU TE AMO!" (risos)



O ENTREVISTADOR: PORQUE VOCÊ USA MÁSCARAS?

AYRA: Todo mundo usa. "Fiz de mim o que não pude, o que podia fazer de mim não fiz. O dominó que vesti era errado (...)" muito errado. Cara de feliz se triste. Cara de forte se fraco. Cara de animado se com sono.



O ENTREVISTADOR: QUEM É VOCÊ?

AYRA: E eu lá vou saber quem sou. Fruto da pobreza. Erro de papai. Sistemático. Mentiroso. Eu sou o bufão e o rei, mas não sei do que. Sei que tudo isso se exclui... não sei... acho que não sou nada. Acho que esse todo embolado me antitorna... detorna... entorna.



O ENTREVISTADOR: O BRUNO, AO CITAR SEU NOME EM UM E-MAIL AFIRMOU QUE VOCÊ NÃO TEM UM ESTILO FORMADO... DEFINA SEU ESTILO DE ESCREVER?

AYRA: Eu escrevo, acho que isso já me definiria. Eu fiz parte de muitos movimentos durante minha vida. Em setenta fui chamado de alienado por achar lindo o néon do Conjunto Nacional, nunca fui chamado de nacionalista por esse daí. Em oitenta, escrever marginal era bonitinho.

Em noventa conheci R.F. Massad, o carioca C. Lourete, Letícia B. e o Tonhismo. As coisas belas tinham um som diferente. Belo Belô Belo... repetir esse som era tão bom. Belo Belô Belo...



O ENTREVISTADOR: (risos)

AYRA: (risos) Estranho não é, mas assim era o Tonhismo, simples e estranho. Um dia vou escrever sobre ele, em um poema pois fartei-me de artigos. Esse mantra tonhista mostrou um mundo que precisava de mim. A UnB estava novamente precisando de mim por conta das LDBs dos políticos e por conta dos políticos invasores do movimento estudantil... eu disse não aos malditos e me senti novamente vivo. Meu estilo! "Meu estilo é pesado e faz tremer o chão, minha palavra vale um tiro... eu tenho muita munição". Sou concretista se concreto for o verso, simbolista se sonoro e espiritual sentir, satírico se irônico, erótico se criador, tanótico se romântico.



O ENTREVISTADOR: RESUMINDO EM TRÊS SUBSTANTIVOS OU ADJETIVOS OU VERBOS, O QUE BASICAMENTE VOCÊ DIZ EM SEUS ESCRITOS?

AYRA: Lago - Som - Foda

O ENTREVISTADOR: NO MOMENTO ATUAL, USINA DE LETRAS, VOCÊ ESCREVE PORQUE?

AYRA: Sei o que quer dizer. Não é massagem no ego não. Realmente entrei na briga inocente como um bebê... mas valeu por que acabou por me fazer pensar. Esses escritores estão com um bom espaço aqui e eu o quero também, mas pra isso tenho que cuidar dele... tenho que pedir para que eles cuidem do meu canto também.



O ENTREVISTADOR: VOCÊ TEM MEDO?

AYRA: O bicho pode temer, mas não pode ter medo.



O ENTREVISTADOR: DOS MESTRES DA ARTE, VOCÊ ADMIRA...

AYRA: Pessoa, pois me fez ver o quanto eu estava errado... todas elas são ridículas e eu também.

Cruz e Souza, esse maldito herói de pele como a minha... Ah! como eu gosto da melodia dos seus versos, sentir o espírito sair e encher a poesia e fingir que a loucura é linda e boa e branca e leve (risos). Platão porque não me convidou pro banquete. Mestre Guarany, pois uma de suas carrancas me livrou de todo o mal... Clarice (Lispector), o agradecimento de meu livro é todo feito a moda Clarice... e é todo dedicado a ela. Nossa! São muitos... tem o Lobão, eu o amo.



O ENTREVISTADOR: QUEM DISSE O QUE É "SER CERTO"?

AYRA: Caetano Veloso é o ditador. A cultura virou preciosismo burguês. Beber vinho, citar Foucault, viajar pra Paris, e não estou citando ninguém... só estou dizendo que quem cagou a regra foi a classe média que, estudada, formadora de opinião, se escondeu em um culturalismo cômodo. Palmas para o Funk e para o Gerassamba das loiras gostosas e reboladeiras, pois eles estão mostrando a nós, “artistas populares”, o que é ser “revolucionário”.



O ENTREVISTADOR: O QUE VOCÊ QUER DA VIDA?

AYRA: Minto ou falo a verdade? (risos)



O ENTREVISTADOR: Minta!

AYRA: Ok! Quero bem pouco, não tenho ambição.



O ENTREVISTADOR: QUAL O XINGAMENTO QUE MAIS GOSTA?

AYRA: Essa é fácil... o sonóro filho da puta... que vira filho da pulta... as vezes fêla da puta. Gosto da surpresa do "vai tomar no cu", quando a coisa é muito linda. Minha boca é uma vala.



O ENTREVISTADOR: O QUE VOCÊ ACHOU DO VASCO E FLAMENGO?

AYRA: Futebol é meu ópio favorito. Eu lembro de meu amigo Nelson (Rodrigues) me chamando de Aparício, sempre. O que mais dizer Alex Huxley, (risos) seu nome é sonoro... Alex Huxley, Ley, Alex... jurídico. (risos)



O ENTREVISTADOR: (risos)

AYRA:"EI, VOCÊ AÍ! AVISA PRO EURICO QUE ELE É VICE E EU SOU TRI!" (risos)



O ENTREVISTADOR: ESCREVER É TÃO INUTIL QUANTO TER UM AMIGO?

AYRA: Bem... você, na sexta, me provou que é. Tão inútil quanto respirar. Escrever é a maior das necessidades e o amigo é o maior dos presentes. Ou não, dizendo verdades Caetanas.



O ENTREVISTADOR: ESCREVER, PRA QUE SERVER?

AYRA: Pra me livrar da poesia.



O ENTREVISTADOR: Planejamento ou espontaneidade?

AYRA: Espontaneijamento.



O ENTREVISTADOR: A FITA ESTÁ ACABANDO, DIGA A-DEUS?

AYRA: Se ele me ouvisse... mas farei o que pede... DEUS! SENHOR! LORD! GOOD! A FITA ESTÁ ACABANDO! (RISOS)



O ENTREVISTADOR: (RISOS)

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