Acredito no Destino que me disse, em domingo de especial desatino,
que vim pela tarefa nada humilde de estar aqui.
Sem mais tino do que sorte sigo até quando acabe
a graça de viver até a morte,
nem minutos a mais, nem segundos a menos.
Nada me dizem aqueles que vão em grandes bandos,
cantando hinos de louvar a quem ninguém sabe o quê fez ou viu
e se visse, cairia em pranto tanto quanto a mim assustaria
se a casa, que é minha e me abriga, um dia me falasse
e ralhasse por chegar tarde e ébrio de uma orgia,
sujando tudo e vomitando à pia.
Tenho gozado a Vida tal e qual ela mesma, em pessoa, tem me dito
e não fundei impérios, fiel a mim mesmo, sou meu único súdito,
inventei nenhuma seita e, amigo de quem me aceita, acredito,
como fosse isso alguma placa de seta no incerto,
que vim para estar perto de onde já me encontro
e, se der jeito ou assombro,
escrever mais uns versos.
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