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Erotico-->A MENINA DO ÔNIBUS II - Cap. II(k) -- 19/09/2006 - 17:28 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MENINA DO ÔNIBUS II - Capítulo II(k)

Olá queridos leitores,

Vocês que acompanharam a história de Ana Carla em “A MENINA DO ÔNIBUS”, poderá a partir de agora conferi também alguns capítulos extras que farão parte do livro a ser publicado futuramente, assim que o livro estiver pronto.

Seguindo a ordem dos capítulos que foram publicados aqui na Usina de Letras, o capitulo a seguir é um capítulo entre II(j) e III da segunda parte. Para ficar mais fácil a localização, resolvi chamá-lo de capítulo II(k) para não confundir os leitores. Para ler o capítulo II(j), clique [aqui]

Abraços,

Edmar Guedes Corrêa

Se quiser saber como tudo começou, então clique em: A MENINA DO ÔNIBUS

II(j)
I

O domingo não começou bem. Depois de vários dias ensolarados, o dia amanheceu nublado, com cara de chuva. Ao me levantar por volta das dez e olhar através da janela, ainda pensei: “Só falta chover e dar tudo errado! Só falta os pais da Ana Carla não deixarem ela sair!” Mas eu estava enganado. Duas horas depois ela me telefonou para combinar o horário em que nos encontraríamos.
De início fiquei meio que sem saber. Não planejara nada para quando chovesse. E ela ainda frisou bem que queria fazer hoje o que não fizemos ontem. Usou exatamente estas palavras. Claro que entendi na hora o que ela estava querendo dizer. Foi por não ter transado com ela ontem que tive que bater uma punheta ao chegar a casa à noitinha.
Corri até o banheiro e como das outras vezes, na solidão daquelas quatro paredes, pus a mão e a imaginação para funcionar. Foi um ato rápido, como era de se esperar. Aliás, quando terminei não me lembrava direito no que pensara.
Na falta de tempo para pensar em algo melhor – pois Ana Carla não poderia ficar muito tempo ao telefone --, sugeri nos encontrarmos às 16:00 horas no Anexo Secreto. Ela achou a sugestão ótima. Disse inclusive:
-- Assim não preciso voltar tão cedo para casa. Posso voltar depois que escurecer.
Não entrei em detalhes, todavia acredito que ela disse isso por causa de seus pais. Embora ela não tenha me dito nada talvez a mãe ou até mesmo o pai esteja implicando com ela devido às constantes saídas. “Preciso conversar com ela sobre isso. Se ela estiver sofrendo algum tipo de pressão, temos que dar um jeito. Não posso deixar que desconfiem de nada, senão vou acabar ficando sem ela. Ainda mais agora que as coisas estão tão bem, dando tudo certo. Ah, talvez seja só uma cisma minha. Ela não ia me esconder nada. Ela sabe que devemos contar tudo um para o outro. É. Mas será que ela conta? Eu não. Imagine se eu contasse para ela sobre a Roberta e a Maria Rita? Não ia me perdoar. Ainda bem que elas foram embora. A Maria Rita? Ela não me ligou mais. Será que se esqueceu de mim? Graças a deus ela saiu do meu pé! Senão era capaz de me dar muita dor de cabeça. Ia acabar estragando o meu namoro com a Ana Carla. Vai ver que ela arrumou um namorado”, pensei sentado ao sofá pouco depois de desligar o telefone.
No início da tarde começou a chover forte. Acabara de almoçar e estava deitado no sofá, com o controle remoto da TV na mão, procurando alguma coisa interessante para assistir.; todavia, não encontrei nada capaz de me prender a atenção. Assim, desviei os olhos e estes foram parar sobre uma fileira de livros. “Já que não tem nada que presta nesta TV, vou ler alguma coisa. Deixe-me ver o que poderia ser...”, levantei-me e aproximei da estante. “Que livro estava querendo ler outro dia mesmo? Aonde eu pensei nisso? Ah. Foi no ponto de ônibus. Tinha uma garota gostosa lá. Caramba. Que livro que era mesmo? Vou olhar todos, talvez assim eu lembro”. Corri os olhos pelas várias fileiras de livros. Era uma estante grande, com vários compartimentos. E no compartimento central ficava a televisão com o aparelho de vídeo cassete em cima. “Ah. Lembrei. Um era esse: O Vermelho e o Negro de Stendhal”. Retirei o livro da estante de folheei-o. Era um livro pequeno, de capa dura vermelha. As páginas estavam meio amareladas, pois se tratava de uma edição do final dos anos 70. “Não. Não tô a fim de ler este. Qual era o outro mesmo? Ah! Sim! Aqui está ele: Madame Bobary. Que história ele conta? Ah, sim! Já ouvi falar. É sobre aquela mulher que trai o marido. É. Deve ser interessante”. Peguei o livro de capa azul e também dei uma folheada. Olhei para a foto do autor e me simpatizei com ele. Era um homem corpulento e de olhar sério. Em seguida, corri os olhos pela biografia na página seguinte e dei uma folheada no livro em seguida. “Ah, mas não tô a fim de ler este também não. Não agora. Outro dia. Queria algo mais rápido e mais simples. Vou procurar outro”. Recoloquei a obra de Flaubert no lugar e continuei a correr os olhos pela fileira de livros. “Esse! Vou ler esse livro de contos ingleses. Assim, leio um ou outro, só aqueles que me parecerem mais interessantes. Não preciso nem mesmo seguir a seqüência. E dá para ler um conto por dia. Depois do livro de Nietzsche, só mesmo algo mais leve para refrescar a mente”. Peguei o livro e sentei no sofá e comecei a folheá-lo com o intuito de ver quais autores estavam representados no volume.
Por alguns momentos fiquei sem saber qual conto ler. No entanto, acabei optando por uma história mais curta de Oscar Wilde, O Rouxinol e a Rosa. Na realidade eu só queria fazer com que o tempo passasse mais rápido para não ficar com aquela inquietação, consultando a todo o momento o relógio, pensando no encontro de logo mais.
E não gastei uma hora para ler as sete páginas da fábula. E confesso ter ficado impressionado com a história. Não poderia ter escolhido algo melhor, uma narrativa tão profunda. Embora conhecesse Oscar Wilde mais pelos seus romances do que por seus contos e peças de teatro, ainda não havia lido nenhuma de suas obras. Aliás, cheguei a pegar por diversas vezes O retrato de Dorian Gray – eu o tenho na minha estante --, mas sempre acabava deixando para depois.
Após terminar de ler o conto, fechei o livro e fiquei refletindo acerca daquela história tão triste.
“Que história impressionante! Como em poucas páginas um autor é capaz de dizer coisas tão profundas. Será que o amor vale um sacrifício desses? Morrer em nome da felicidade de outrem? E eu? Faria uma coisa dessas? Não, não. Acho que não teria coragem. Por mais que amasse alguém, não chegaria a tanto. No fundo, o rouxinol se sacrificou inutilmente. E por Ana Carla? E se me fosse dado escolher a vida em troca da felicidade dela? O que eu faria? Supondo. É. Seria uma escolha difícil! Mas eu escolheria a vida. Nesses casos a morte me parece um desperdício. Por mais que a morte seja um fim, ela nunca deve ser abreviada em nome de uma causa particular. Morrer por amor. Isso me parece mais um sinal de fraqueza do que heroísmo. É como se não se fosse capaz de suportar o sofrimento do outro. Não, isso é vergonhoso: morrer dessa forma. A morte só é justificável em prol da humanidade. É. Definitivamente eu não morreria. E como eu viveria sem Ana Carla? É. Seria doloroso. Ainda mais se sabendo que ela estaria por aí. Ah, mas sempre haveria a possibilidade de um reatamento. O ser humano é um ser esperançoso. Mesmo quando não há mais possibilidades, ainda sim acredita num milagre. Eu não acredito em milagres. Mas haveria sempre uma esperança. Além do mais, o tempo cura qualquer ferida. Ah, mas eu nunca me esqueceria dela. Como poderia me esquecer de todos os momentos? De como eu a conheci, do primeiro beijo, do seu hímen? Tão frágil. Ele se rompeu com tanta facilidade. Quase não sangrou. Não. Eu nunca vou me esquecer disso! E ela? Ela também não. As mulheres nunca se esquecem do primeiro homem, daquele que lhe tirou o bem mais precioso. Nós homens não damos a devida importância a isso, mas elas sim. Eu nem me lembro direito como foi a minha primeira vez! Foi naquele bordel. Eu só tinha quinze anos. Fiquei com vergonha de tirar a roupa na frente dela. Ela não. Não fez a menor cerimônia. Se despiu como se eu não estivesse ali. E quando ela se deitou na cama e me chamou? Eu não sabia o que fazer. Quer dizer: saber, eu sabia.; mas na hora parece que me deu um branco. Como eu fiz papel de idiota! Meti nela e nem sei o que senti. Não gozei. É. Acho que não gozei, senão eu me lembraria. E quando eu fui beijá-la? Ela pôs a mão na minha boca e disse que isso não podia. Depois eu fiquei pensando porque que ela não quis que a beijasse. E só mais tarde que eu descobri: as prostitutas não gostam de beijar, para evitar qualquer tipo de envolvimento. Pior foi quando eu perguntei se tinha acabado. Que idiota eu fui! Ela deve ter rido muito da minha cara depois. Ah, também já foi. Mas que foi a coisa mais idiota que eu poderia dizer, foi. Sem dúvida alguma. Foi por causa disso que nunca vou me esquecer da minha primeira vez. Ah, deixa prá lá! Onde eu estava mesmo! Não era nada disso que estava pensando. Era sobre esse conto. Eu estava pensando sobre. O que mesmo? Nem sei mais. Ah! Lembrei! Acho que era sobre o sacrifício do Rouxinol. Quantas horas? Nossa! Já é tudo isso? É melhor eu correr, senão vou chegar atrasado”.
Faltavam menos de uma hora para o nosso encontro. Separei rapidamente a roupa. Pensei em usar camiseta e bermuda, mas como estava chovendo e a temperatura caíra um pouco achei melhor vestir calça e camisa de botões. Assim, peguei uma camisa listrada que comprara há pouco mais de dois meses e a estendi sobre a cama, ao lado da calça jeans. Em seguida, abri a gaveta e retirei um par de meias brancas e uma cueca azul. Então corri para o banho.

II

Quando saí de casa a chuva havia dado uma trégua.; contudo, ao chegar ao Anexo Secreto, chovia novamente. Eram pingos esparsos, mas o suficiente para me fazer acreditar que não ficaria por aí.
Embora estivesse cinco minutos atrasado, Ana Carla não havia chegado. E por algum momento cheguei a me desesperar com a possibilidade dela não aparecer. “Só falta essa! Não terem deixado ela sair de casa! Não. Ela vai vir sim. Se tivesse acontecido alguma coisa ela já teria me ligado no celular. E se não deu para ela ligar? E se ela não aparecer? O que vou fazer? Me arrisco e ligo para a casa dela? É. Nesse caso é o melhor a fazer. Se ela for esperta, vai correr e atender o telefone. Também, tinha que chover logo hoje? Tudo bem que estava um calor dos diabos, mas esta chuva já podia ter parado. Se ela não vir, via ficar desesperada em casa. Imagino o show que ela vai dar. Conheço ela. Quando quer uma coisa não tem jeito. Aposto como ela vai ficar com raiva dos seus. É ela! Que alívio! Tá vindo”.
Ana Carla vinha a passos largos, quase correndo. Parecia tensa, como se o seu atraso pudesse ter uma conseqüência grave. Mal sabia ela que eu a esperaria pelo tempo que fosse necessário. Jamais iria embora sem ter a absoluta certeza da impossibilidade de se encontrar comigo.
Ao ver-me, sua expressão transformou-se. Soltou um enorme sorriso e então correu em minha direção. A maneira com que ela correu, abrindo os braços e em seguida pulando nos meus braços, dava a impressão de tratar-se de alguém que não me via há muito tempo. Dir-se-ia não nos virmos há mais de ano.
-- Para onde nós vamos? – Perguntou, depois de finalmente soltar os lábios dos meus.
-- Não sei. Tinha outros planos, mas com essa chuva – respondi, embora a chuva tivesse dado uma trégua. – O que você acha da gente ficar por aqui mesmo? Poderíamos ficar no shopping – sugeri. No entanto, à medida que falava, seu rosto adquiria outra expressão, como se estivesse sendo contrariada.
Ela mal me deixou terminar de falar.
-- De jeito nenhum! Você prometeu que a gente ia para algum lugar especial. Agora pode me levar. Eu quero ir. Dê seu jeito.
Ah! Querido leitor! Aqueles modos me fizeram lembrar daquele sábado em que ela queria porque queria que a levasse para outro lugar, para fazermos amor. E a cidade estava cheia de turistas, pois ainda era começo de janeiro. Eu sabia que se a contrariasse, acabaríamos brigando. Não adiantaria nem tentar argumentar, pois ela não me ouviria. Os jovens só ouvem quando querem, quando as palavras lhes agradam. Aliás, quando incutam algo na cabeça, não há argumentos capazes de demovê-los. Como Ana Carla não era diferente. Pelo contrário, ela demonstrava muitas vezes uma teimosia além do normal. Assim, não me restaria outra saída a não ser levá-la dali.
Foi quando pensei em irmos para o Guaiúba. Já tínhamos estado lá duas vezes e para ir de ônibus me parecia o melhor lugar, pois, com esse tempo, certamente a praia estaria deserta. Além do mais, se a chuva apertasse, poderíamos nos esconder em um dos quiosques.
-- Já sei! – exclamei. – Vamos até aquelas pedras que tem no final da praia do Guaiúba. Não deve ter ninguém por lá.
-- Oba! – disse Ana Carla, dando pulinhos de alegria. -- Lá onde a gente foi na semana retrasada?
-- Isso.
Ana Carla pulou novamente nos meus braços, como fizera ao chegar, quase me fazendo perder o equilíbrio sobre o chão escorregadio. Suas pernas me enlaçaram pelos quadris e seus braços envolveram-me o pescoço. “Meu deus! Essa menina é louca! Qualquer dia eu ainda vou me ferrar por causa dela”, pensei, antes que nossos lábios se tocassem num beijo indecente, voluptuoso, deixando transparecer o quanto nossos corpos se desejavam.
Eu a segurava pelos quadris e, depois do beijo, olhei para suas coxas desnudas. Ana Carla usava uma saia Jeans curtíssima – uma que ela já usou outras vezes --. Ao descair os olhos em suas coxas e fitar o meio de suas pernas, fui contemplado com a visão de sua calcinha branca, enfeita com personagens da Disney. “Apesar de tudo, ainda continua meio criança meio mulher. Aposto que nem se sente constrangida em usar calcinhas de menina. Não, não sente, caso contrario não viria assim. Ela sabia que eu ia ver sua calcinha. Vai ver que fez de propósito, só para se parecer mais menina. Hum... que peso! Bem pesadinha ela. É melhor eu descer ela, meus braços e minhas pernas já estão doendo”, pensei.
-- Vai! Desce, florzinha. Você está muito pesada – pedi, aliviando os braços.
Ana Carla escorregou e ficou de pé ainda com os braços envolta do meu pescoço.
-- Então? Vamos? – disse ela.
-- Calma. Vamos deixar escurecer. Tá muito cedo ainda – falei, apertando-a pelos quadris. – Por que a gente não faz assim: vamos até shopping dar uma voltinha e comer alguma coisa. Aí, daqui umas duas horas, a gente vai. Não adianta ir muito cedo. Não vamos poder fazer nada com o dia claro. E talvez até lá tenha parado de chover de vez. – Aliás, já tinha parado. Mas o tempo continuava feio, com as nuvens escuras e ameaçadoras. Embora chovesse quase todo o dia, a impressão que se tinha era de que o pior ainda estava por vir.
-- Ah, mas eu queria ir logo! Tô com tanta vontade – afirmou ela, com uma naturalidade incrível, como se dissesse: estou com vontade de tomar sorvete.
-- Não seja afoita! – repliquei. – Isso só vai aumentar o nosso desejo.
Ana Carla acabou concordando. Ela poderia ter os defeitos que tivesse, poderia ser teimosa por demais, mas sabia fazer ponderações e privar-se de um prazer para obter um benefício maior depois. E foi isso que ela fez naquele instante. Não posso afirmar com absoluta certeza, contudo, pelo que a conheço, essa é a explicação mais plausível.


III

Foi difícil conter-lhe a aflição. Vez por outra ela consultava o relógio e então me olhava de forma inquiridora, como se me perguntasse se já não estava na hora de irmos. Eu procurava fazer-me de desentendido e não dar muita importância a esse detalhe. Tocava em algum assunto ou fazia comentário acerca de uma ou outra pessoa presente naquela praça de alimentação, cujos modos ou a maneira de se vestir despertava certa curiosidade. Ana Carla parecia não se importar muito com essas pessoas e dizia:
-- Se eu sentisse vontade, também me vestiria assim.
E não dizia aquilo só da boca para fora. Acredito que se vestiria de forma extravagante e pintaria o cabelo de várias cores se realmente quisesse chamar a atenção de alguém. Agora eu não faria uma coisa dessas. Embora não condenasse quem se vestia assim, não teria coragem de fazê-lo. Se entre quatro paredes dava asas à imaginação, em público preferia ser discreto e notado o menos possível. Aliás, a única exceção era Ana Carla.; pois nem sempre, em sua companhia, agia com discrição. Muitas vezes, talvez por influência dela, agia como se nossa troca de carícias não despertasse atenção alguma das pessoas, como se fôssemos um casal de namorados igual a tantos outros.
-- Agora vamos! – chamou ela, depois de acabar de comer o seu sanduíche.
-- Vamos sim – concordei.
Levantamos.
Ao sairmos ainda pensei que pudesse estar chovendo, todavia me enganei. O tempo continuava feio, mas não caia nenhum pingo.
-- Ainda bem que parou de chover – comentei, enquanto aguardávamos o ônibus da linha 26.
-- E mesmo que não parasse, a gente ia assim mesmo – tornou ela.
Talvez por causa do tempo chuvoso, havia muitas pessoas no ponto. Assim, para não corrermos riscos desnecessários, procuramos manter a discrição. De quando em quando ela me abraçava ou eu a ela.; aliás, de forma a não provocar desconfiança em quem quer que fosse.
Tomamos o ônibus e cerca de quinze minutos depois chegamos ao destino, quando a noite principiava a nos envolver com o seu manto escuro. Descemos do ônibus e fomos caminhando lado a lado, ora de mãos dadas ora abraçados, até o final da praia.
Como eu previa, não havia ninguém por lá. Cruzamos apenas com um casal de meia idade vindo em nossa direção. Embora o trajeto não fosse longo – cerca de quinze minutos --, ao chegarmos, estava mais escuro. Inclusive cheguei a olhar para o céu e conclui: “Não era para estar tão escuro assim. Só pode ser por causa dessas nuvens carregadas. Agora só falta cair um pé d`água daqui a pouco”.
A maré estava subindo e dificultava a travessia até as pedras. Porém, isso não nos impediria de atravessar. Já tínhamos chegado até ali e iríamos até o fim. “Vamos molhar os pés, mas pelo menos não vai aparecer ninguém pra nos atrapalhar”, cheguei a pensar enquanto procurava uma forma de chegar ao outro lado sem se molhar.
Tivemos que saltar sobre algumas pedras pequenas com muito equilíbrio para não cair na água. Achei que Ana Carla fosse apresentar alguma dificuldade para se equilibrar, mas enganei-me completamente. Atravessou aquele pedacinho de areia inundada com destreza.
Depois, procuramos nos afastar ao máximo da faixa de areia.; pois quanto mais distante, mais seguros estaríamos, uma vez que a luz dos postes de iluminação não poderia chegar até nós.
-- Agora podemos ficar tranqüilos, porque duvido que alguém vai aparecer por aqui – comentei.
-- Tem certeza? – indagou Ana Carla, olhando ao redor.
-- Tenho sim, minha florzinha – afirmei, tomando-a nos braços e a apertando contra o peito.
Ana Carla ergueu a cabeça e me ofereceu seus lábios. Senti-os trêmulos, ávidos e famintos, feito os de um vampiro. E, inebriado pelo poder que aqueles lábios emanavam, entreguei meus lábios a ela, para que seus beijos me fizessem flutuar e criar uma neblina a nossa volta, dando a impressão de que estávamos num lugar distante e mágico.
E ao sentir o beijo quente e ardente de seus lábios, minhas mãos escorregaram de seus quadris por dentro da blusa dela e foram subindo, subindo... Um calor intenso, desesperador começou a envolver-me, a fazer com que meu coração acelerasse e me deixasse meio zonzo. Sem demora, puxei a mão de volta e desabotoei-lhe os quatro primeiros botões da blusa. Fiz com tanta destreza que parecia estar acostumado a desabotoá-la com freqüência.
Seus seios ficaram desnudos, pois ela não usava sutiã. Aliás, assim como em outras oportunidades, ela dispensou propositalmente o uso dessa peça íntima. Nos primeiros encontros, lembro-me de vê-la sempre a usá-lo, mas ultimamente, principalmente quando planejávamos um encontro íntimo, ela não o usava.; talvez imaginando que a presença dele fosse nos atrapalhar ou mesmo me impedir de arrancá-los para fora e tocá-los com meus lábios. Obviamente a presença deles poderia ser um complicador a mais, contudo jamais me impediria de escorregar a mão por baixo e acariciar-lhe os seios macios. Não, jamais. Eu era ágil o suficiente para driblar esse adversário. De forma que a presença ou ausência dele não faria diferença alguma.
Ah, querido leitor! Não resisti. Aliás, que homem poderia resistir àqueles seios tão jovens e perfumados? Como eu poderia segurar a sede de levar os lábios àqueles mamilos rijos? Não, não. Eu não poderia. E mesmo que me fosse dado a possibilidade de não fazê-lo, eu faria mil vezes. Pois quantas e quantas vezes eu não sonhei com eles? Não foram também a beleza deles a culpada por me levar a se aproximar dela e da amiga naquele dia no ônibus? Então? Como agora eu seria capaz de resistir a tentação de tê-los em meus lábios, se até Ana Carla também queria isso? Ah, nem mesmo me passou a possibilidade de não fazer isso. Eu simplesmente fiz. E fiz tal qual um recém nascido, que se agarra aos seios da mãe como se agarrasse à vida.
E enquanto meus lábios sorviam aquele pedacinho duro do corpo dela e meus dentes amiúde o comprimia, minha mão escorregou para baixo, para o meio das pernas dela, para dentro da calinha e deslizou entre os grandes e escorregadios lábios do sexo dela. E como se tivesse sido puxado por uma força invisível, vindo de um ponto qualquer, perdeu-se dentro daqueles lábios. Talvez meu dedo já tivesse condicionado, assim como os dedos de um digitador profissional, e soubesse aonde ir, aonde tocar.; ou talvez daquele ponto mais sensível do corpo dela realmente brotasse um magnetismo que me atraia a ponta do dedo, levando-o a tocar a fonte das mais intensas sensações. E, ao tocá-la, o corpo dela estremeceu num entusiasmo delirante, provocando-lhe uma vertigem. Tive a impressão de que os pontos mais obscuros daquele corpo jovem terem-se arrepiado.; um dos mamilos – o que estava entre meus lábios – moveu-se e tornou-se mais teso.; e dos lábios daquela jovem, colados ao meu ouvido, escapou um breve e suave suspiro.
“Meu deus! Não acredito! Ela está em êxtase”, cheguei a pensar. Mas não era só ela quem estava distante do que se passava a nossa volta, eu também. Tanto que só fui perceber os primeiros pingos de chuva quando ela agarrou minha calça e abriu o zíper. Foi aí que percebi que pingos de chuva já caiam há algum tempo. “Merda! Só faltava essa agora!”, disse para mim mesmo no instante em que a mão dela me agarrava o falo e o puxava para fora. “Mas nem que caia canivete, vai me fazer parar agora. Que se dane essa chuva!”, exclamei em pensamentos.; em seguida, acrescentei:
-- Acho que vamos tomar um banho, minha florzinha.
-- Não tô nem aí. E nem que caia uma tempestade não arredo o pé daqui – disse ela, como se lesse minha mente.
Sua certeza e obstinação levaram-me a movimentar novamente o dedo para frente e para trás. Como num impulso, sua mão presa ao meu falo se fechou, apertando-o fortemente, dando a impressão de querer esmagá-lo. Aquele gesto também me provocou um frenesi, uma descarga elétrica que me atingiu o cérebro. Isso, aliás, também me levou a pressionar com mais força o dedo sobre o clitóris dela. Ana Carla soltou outro suspiro, agora mais forte, quase um gemido, e tornou a apertar meu falo. Ele vibrava em sua mão e desejava que ela, ao invés de só apertá-lo, movesse a mão para frente e para trás. Só que ela não fazia isso. Talvez porque estivesse compenetrada demais para pensar, para concluir que isso me faria sentir tanto prazer quanto ela estava sentindo naquele instante.
Acariciei-a por mais alguns instantes. Só não continuei porque a chuva apertou. Tal como acontecera mais cedo, caia uma chuva forte e intensa. Olhei para a saia dela e estava ensopada. Então pensei: “Agora é que não precisamos ficar com medo. Ninguém é louco de sair numa chuva dessas. Só nós dois. Podemos até tirar a roupa, que não tem problema. É mesmo! Boa idéia! Vou tirar a calcinha dela”. Então puxei a mão, agarrei a peça íntima e empurrei-a para baixo. Em seguida, abaixei-me e acabei de retirá-la. Olhei através dela e vi uma das grandes pedras que nos protegia. “Vou estender ela em cima da pedra”, disse para mim mesmo enquanto me levantava.

IV


Eu não sei se toda aquela chuva era para nos impedir de continuar ou se era para nos proteger da chegada de alguém. Não sei quais eram os propósitos de Deus, mas sejam quais fossem não fariam diferença, pois não arredaríamos o pé enquanto não expulsássemos o demônio da volúpia, o qual fazia nossos corpos queimarem na fogueira do desejo. Aliás, naquele momento eu não pensava em Deus.; até porque nem mesmo acreditava em sua existência. Mas se realmente ele existe, aquela chuva foi um presente, uma prova de que apesar de tudo, aprovava nossos atos e nossa união.; pois era como se uma cortina de fumaça nos envolvesse permitindo que ficássemos tão à vontade quanto desejássemos. E, embora não pensássemos de antemão em nessa possibilidade, aquela chuva e nossas roupas encharcadas acabaram se tornando um motivo para nos livrarmos delas.
Destemido, sem pensar no enorme risco que estava correndo, acabei de desabotoar os dois últimos botões da blusinha dela e a retirei, colocando-a sobre a pedra, onde jazia a calcinha. Ana Carla me olhou com ar de espanto, todavia isso não a impediu de fazer o mesmo. Mais que depressa, ela também abriu e retirou-me a camisa. Agora nossos corpos estavam nus da cintura para cima. Então olhei para ela e dei um sorriso ao pensar: “Que lindo os peitinhos dela todos molhados!” Aliás, foi essa idéia que me induziu a ser ainda mais ousado: levei a mão ao cinto, desprendi-o, abri a calça e empurrei-a junto com a peça íntima para baixo. Só não a tirei porque não havia necessidade de ir tão longe.
Ana Carla tornou a arregalar os olhos e disse:
-- Você é louco! Sabia?
Sem titubear, respondi:
-- É você quem me faz fazer essas loucuras.
De fato eu estava dizendo a verdade. Nunca até então tinha feito algo parecido. Mas Ana Carla parecia me dissipar a razão, cegar-me ante os perigos e me levar a fazer coisas que jamais sonhara em fazer algum dia. E nas condições em que me encontrava, só não cometia esses disparates como seria capaz de cometer desvarios ainda maiores.
Ana Carla jogou seus braços sobre meus ombros e, enlaçando-me, puxou-me para si. Por ser alguns centímetros mais baixa do que eu, ela ergue-se nas pontas dos pés para que seus quadris ficassem no mesmo nível que os meus. Para quê? Para que eu a penetrasse sem ter que dobrar os joelhos.
Embora não me contivesse mais de excitação, não queria penetrá-la de imediato.; pois sabia que se a penetrasse, tudo findaria em pouco mais de um minuto. É sempre assim. Nós homens, ao atingirmos o ápice do excitamento, não conseguimos nos segurar. Um único movimento é capaz de desencadear uma reação e provocar o gozo. E quando esta reação tem início, não há como contê-la. Aliás, alguns homens até conseguem, mas este não é o meu caso. E mesmo que fosse, naquelas circunstâncias, isso me seria impossível. Assim, se queria fazer aqueles momentos durarem mais tempo, se queria saborear cada pingo de chuva que caia, então não a penetrasse. Foi por isso que, quando ela agarrou meu falo e pôs entre suas pernas, disse-lhe:
-- Não tenha pressa, minha florzinha.
Ela me olhou com ar de desapontamento.; todavia, não me importei. Só estava fazendo isso para prolongar aquele momento mágico. Aliás, não só em benefício próprio como também para que ela saboreasse aqueles momentos por mais tempo.
Sem dar-lhe explicações, desvencilhei-me dela, dei-lhe a volta por trás e a abracei, deslizando as mãos até seus seios, cujos mamilos gotejavam. Então, com movimentos sutis, pressionava a mão de forma a deslizá-la em direção aos mamilos. E quando meus dedos chegavam até eles, eu recolhia as mãos e tornava a repetir o processo.
Isso deve ter-lhe dado muito prazer. Pois Ana Carla ergueu os braços, pendeu a cabeça para trás e para o lado até encontrar meus lábios e meu beijou de forma selvagem.
Aquilo não durou mais que um minuto. No minuto seguinte, minha mão direita foi caindo pelo corpo dela, passou pelo umbigo e depois pela saia e depois foi parar-lhe no meio das pernas, onde já estivera antes. E encontrou aquele mesmo local mais molhado ainda. Embora a temperatura estivesse caído e a chuva parecesse gelada, aquele ponto em particular parecia pegar fogo. “Ela não está agüentando mais. Aposto como ela nunca ficou tão excitada quanto agora. Ó como que ele está! Nunca vi o negocinho dela deste tamanho. Vou mexer assim. Ela vai gemer de prazer”, pensei, após afundar o dedo na vulva dela.
De fato Ana Carla passou a soltar gemidos. Ela havia se desprendido de meus lábios, mas ainda mantinha os olhos cerrados. Pude ver em toda a extensão de seu rosto o quanto se consumia na volúpia. Então, num curto espaço de tempo, deixei seus seios de lado e procurei a extremidade da saia dela e a puxei para cima, deixando-a desnuda dos quadris para baixo.
Meu falo impaciente tocou-a nas nádegas. Então eu movi os quadris para frente. E, ao fazer isso, meu falo foi espremido por nossos corpos. E, ao senti-lo ali, Ana Carla abriu os olhos e me fitou com ar de interrogação. Pensei em dizer-lhe para não ficar com medo, mas não foi necessário. O sorriso que se segui demonstrava ausência de medo.; talvez porque ela confiasse em mim tanto quanto eu nela.
Ah, querido leitor! Confesso porém que naquele instante me passou pela memória a possibilidade de uma penetração anal. Foi como se um diabozinho assoprasse em meu ouvido: “Vai e enfia ele aí! Vai ser delicioso. Você vai sentir coisas que jamais sentiu. Não fique com receio. Vai e deixa de ser bobo! Só vai doer um pouquinho. E depois ela te ama e vai te perdoar por isso. Ainda! Vai! Enfia!” Mas eu não tive coragem. Por mais que desejasse, não poderia fazer isso assim, dessa forma. Não ali. Teria de prepará-la antes, demovê-la de seus receios. Eu sabia como proceder nesses casos. De forma que se fizesse aquilo ali, daquela forma, ela não me deixaria fazer de novo. E não era isso que eu queria. Assim, levei a mão ao falo e empurrei-o para baixo. Ele ainda roçou no anus dela. Pude sentir.
Eu queria tão somente sentir qual seria a sensação de penetrá-la por trás. Ainda não havia feito isso e por mais de uma vez pensei em fazê-lo. Lembro-me inclusive de certo dia ir excitado para cama, por estar me fantasiando com ela. Não me recordava de qual dia, contudo, as imagens continuam gravadas em minha memória. Então, no escuro de meu quarto, imaginei-a naquela mesma cama ajoelhada, com o dorso pendido para frente e suas mãos apoiadas na cama, enquanto eu a penetrava lentamente por trás. E me Lembro também de sentir seu orifício apertado se dilatar enquanto a penetrava. Ana Carla porém não sentia dor.; pelo contrário, gemia de prazer e pedia para enfiar mais e mais. Aliás, em nossas fantasias quase sempre tudo é prazer. Não há lugar para a dor, para o desconforto. Simplesmente transferimos para o objeto de nossa fantasia o mesmo prazer que sentimos ao fantasiar. A não ser em algumas mentes desequilibradas, onde a dor de um é o prazer de outro, a sensação dolorosa não tem sentido de flagelo, de causar danos ao outro.; é tão somente um ato sado-masoquista, uma forma de provocar-lhe dor para causar-lhe mais prazer. Sim. Muitas vezes, nos momentos de profunda absorção, deixamos-nos levar por esses pensamentos, para que o nosso excitamento se torne maior e mais intenso.
Só que ali, naquele final de praia, sob véu da noite chuvosa, não se tratava de fantasias. Ana Carla estava ali em carne o osso, com seu corpo preso ao meu por um de meus braços na barriga e pelo seu braço segurando-me a cabeça. E meu falo não estava na solidão de um quarto vazio, mas sim perdido entre suas coxas e sua úmida vulva.
Ah, querido leitor! Ele não queria ficar ali.; ou melhor, eu quem não queria deixá-lo mais onde estava. Agora mais do que nunca eu ansiava em fazer com que ele afastasse aquelas duas extremidades e escorregasse para dentro daqueles lábios escorregadios.
-- Você quer ele dentro de você, não quer? – perguntei.
Ana Carla meneou a cabeça em sinal de concordância.
-- Então faz o seguinte: apóia a mão naquelas pedras.
Ela estendeu os braços e curvou um pouco para frente. E sem que eu lhe pedisse, ela afastou as pernas. Eu ainda permanecia de pé, atrás dela, a segurá-la pelos quadris.
Assim não tive dificuldades para penetrá-la. Foi uma sensação incrível, tão intensa quanto à primeira vez. Então eu a segurei pelos quadris e passei a me mover para trás e para frente, em movimentos lentos e os quais foram ficando cada vez mais rápidos.
Embora o motivo de nossa estada ali fosse para comemorar a não gravidez dela e por termos nos livrado de terrível peso nas costas, em nenhum momento Ana Carla se referiu à camisinha. Era como se ela tivesse esquecido das conseqüências do não uso dela. Talvez, por estar tão envolvida e contagiada por aquele momento mágico, tenha se esquecido.; pois acredito que se tivesse se lembrado, teria falado sobre.
Talvez você esteja perguntando: E você? Por que não se lembrou? Ah, querido leitor! Tenho que admitir: a magia que nos envolvia também me fez esquecer. Estava tão contagiado por tudo aquilo que também não me passou pela cabeça em colocar a camisinha antes de penetrá-la.
Ah, mas se indo tudo tão bem, dando tudo tão certo, por que esse esquecimento poderia estragar tudo? Por que bem na hora H eu não poderia me lembrar? E se realmente Deus existisse e estivesse do nosso lado? Ele não me faria com que me lembrasse da camisinha?
Foi como um estalo. De repente me veio a lembrança da camisinha. Imediatamente movi os quadris para trás e falei:
-- É melhor pôr a camisinha. Não quero passar por aquele sufoco novamente.
Num movimento rápido, abaixei-me, levei a mão no bolso da calça, apanhei o preservativo e rasguei a embalagem.; em seguida, com destreza, desenrolei-a no falo. Então, penetrei-a novamente. Tudo isso não gostou mais do que um minuto.
Não sei quanto tempo durou aqueles movimentos, pois o meu estado de absorção me fez perder a noção do tempo.; contudo, acredito não ter passado mais dois ou três minutos até que Ana Carla começou a soltar gemidos mais altos. E usando o pouco de razão que ainda me restava, tive a idéia de acariciá-la no clitóris. Então, soltei a mão direita de seus quadris e levei-a à vulva dela.
Ana Carla soltou um gritinho abafado ao chegar ao gozo. O meu também estava próximo. Assim, voltei a segurá-la fortemente pelos quadris e pendi meu dorso sobre o dela. Meus lábios aproximaram-se de seu ouvido e sussurrei-lhe palavras obscenas. Foi o mote para chegar ao gozo.
Só aí fui me dar conta de toda aquela loucura. Ainda chovia intensamente e estávamos simplesmente encharcados da cabeça aos pés. Nossas roupas pareciam saídas do enxágüe.
-- Que loucura tudo isso! – comentei em seguida, apoiando-me na grande pedra para não cair. Sentia as pernas fracas.
Ana Carla deve ter percebido minha fraqueza, pois veio em meu socorro. Acorreu ao meu falo e retirou a camisinha. Mas, depois de vê-la erguer o preservativo e fazer comentários acerca do conteúdo, conclui: “Ela fez foi por pura curiosidade. Isso sim! Ela queria era pegar nela, ver como é. Olha como ela examina, apesar de toda essa chuva”.
Achei graça quando ela disse:
-- Nossa! Ela está cheia desse negócio branco!
Então tive de explicar-lhe que aquilo tinha nome. Por fim ainda expliquei-lhe:
-- Se isso aí for parar dentro de você, estamos perdidos.
Ela ainda continuou admirando o conteúdo da camisinha. Mantinha-se silenciosa, absorta e pensativa. Via-se na expressão de seu rosto um quê de interrogação. E foi essa compenetração que me fez pensar: “O que será que ela está pensando? Por que olha com tanta atenção para a minha porra? Ah, como eu gostaria de saber o que está se passando pela sua cabeça! Mas não fica bem perguntar. Ela pode ficar envergonhada. Deixa ela matar a curiosidade. É. Mas essa chuva está incomodando. Como é que vamos chegar em casa nesse estado? Eu até que não vou ter tanto problema, mas e ela? O que vão dizer ao ver ela nesse estado? Meu deus! Ela vai levar uma bronca. E daquelas! Estou ficando com frio. Que estranho, vestir a calça toda encharcada assim! Está gelada. Há quanto tempo ainda vai cair esse pé d’água? Bem que podia parar agora. Ta ruim até para abotoar. E ela parece nem se importar. Pra que ela está entornando ele? Será que ela quer sentir o tato? E não é que é isso mesmo! Ah, outra hora ela faz isso. Ta chovendo muito. É melhor a gente sair daqui. Vou chamar ela”.
-- Vamos embora, minha florzinha? – chamei após abotoar a calça.
-- Vamos – assentiu ela, jogando a camisinha em direção ao mar. – Estou toda gela.

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