Ao som da "Asa Branca"
Numa de nossas viagens a Brasília, obra do grande estadista JK, compareci, a convite do Comandante do Forte Apache, a uma churrascaria , em um dia do mês de maio de 1984, para saborear apetitoso churrasco, acompanhado de umas canecas de chope.
Na ocasião, o Coronel Monte apresentou-me ao saxofonista "Chico Doido", por sinal meu conterrâneo, que, com o seu instrumento, animava aquela manhã de domingo.
Eis que, de repente, não mais do que de repente, ouvi o serviço de som anunciar que a próxima música seria dedicada à minha pessoa, uma homenagem dos amigos ali presentes.
Foi aí que o "Chico Doido" fez o meu coração acelerar. Senti o sangue sendo bombeado freneticamente para todas as partes do meu corpo, executando a música "Asa Branca" , celebrizada pela extraordinária voz de Luís Gonzaga, que virou hino nordestino.
"( ...) que braseiro que fornalha / Nem um pé de plantação / Por falta d água perdi meu gado / Morreu de sede meu alazão. / Hoje longe muitas léguas / Numa triste solidão / Espero a chuva cair de novo / Pra eu voltar pro meu sertão "
Foi, na verdade, um dia bastante agradável que serviu, não só para acelerar as batidas do coração, como para refrescar a mente, considerando que me encontrava na Capital Federal freqüentando a Universidade Banco do Brasil, com a finalidade de aprimorar os meus conhecimentos, a fim de que pudesse melhor desempenhar as funções de gerente de agência.
Essa amizade com o Coronel Monte veio por intermédio do colega Firmino Moura, que fez a apresentação.
Texto extraído do livro COISAS e LOISAS
Autor: Jornalista e escritor Horácio Matoso |