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Artigos-->Palavra e sangue -- 31/03/2003 - 17:05 (Paulo Eduardo Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A história sindical da América Latina é muito diversa da história sindical dos países europeus, da América do Norte, ou dos países socialistas. Muito embora os países latino americanos tenham seguido diversos caminhos em sua estrutura sindical, todos apresentam em comum a predominância de objetivos nacionais sobre os objetivos de classe. Com efeito, percebe-se um constante imiscuimento sindical em questões políticas, o que é incomum em outros continentes, devido à diferente função assumida pelos sindicatos.

No Brasil, em especial, essa tendência é marcada por uma constante subordinação dos sindicatos ao aparelho estatal. Essa subordinação tem por efeito principal restringir o papel dos sindicatos, que de uma força representativa dos trabalhadores, passam a servir como meras entidades assistencialistas. Poucas vezes quebrado na história do país, esse modelo modificou-se de modo relevante apenas uma vez, num processo que se deu a partir da greve dos operários metalúrgicos de São Bernardo do Campo, em 1980, a qual foi dirigida pelo líder sindical Luís Inácio da Silva. O sindicalismo que surge, tendo em Lula seu principal representante, opera a partir de comissões de base e comissões de empresa, e possibilita a independência dos comitês de greve diante do sindicalismo oficial, além de transformar os comitês de co-gestão em comissões de empresa. O principal mérito deste novo sindicalismo é ter criado um sindicalismo de base “capaz de negociar grandes mobilizações e, ao mesmo tempo, de negociar com as empresas ou de entrar em luta de alcance geral”.*

O movimento gerado em São Bernardo é o primeiro da América Latina a ter como força fundamental a luta pelo trabalho, numa mobilização trabalhista que alcança rapidamente proporções suficientes para que suas reivindicações afetem a vida política do país, invertendo a tradicional fórmula de operação dos sindicatos no continente, de ascendência da ação política sobre o movimento social e formando um verdadeiro movimento de classe.

Com a eleição de Lula para o cargo de presidente da república é que se vai verificar quão independente e duradouro pode ser o movimento sindical brasileiro, se dará continuidade ao modelo de 1980 ou se irá atrelar-se à figura de seu principal dirigente, retrocedendo ao modelo sindical anterior, ineficiente e submisso.





* Alain Touraine, Palavra e Sangue; São Paulo 1992, pág. 312







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