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cronicas-->Comichão ou coçadinha -- 10/06/2008 - 19:59 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Comichão ou coçadinha

Aroldo Arão de Medeiros

Essa estória ouvi num boteco quando sorvia uma cachaça. Não era
de marca boa como a Raizes Brasilis e sim uma daquelas fortes do interior
paulista, que desce queimando tudo por dentro.
O nome do infeliz era Saulo. Homem troncudo, peito largo, bíceps descomunais: no braço direito ostentava a tatuagem de uma foice. Não entendi porque o apelido dele era Boca Rica até a hora que ele escancarou a dita num sorriso largo. Na arcada superior, dois dentes de ouro brilhavam mais que o sol de janeiro.
E a risada tonitruante fazia tremer o assoalho. Dava medo até de olhar para ele.
Mas apesar de todo meu temor, consegui bater um papo agradável com o Saulo.
Ele contou que estava de olho em uma casa enorme e bonita no
aconchegante bairro do Canto da Amizade. Espreitava todos os dias o casal
sair num conversível último tipo. Até que, certo dia, resolveu seguir os dois em seu velho Corcel, porque percebeu que tomaram um rumo muito diferente da rotina de todos os dias.
Seguiu-os até o aeroporto e lá viu quando o marido despediu-se da esposa para viajar. Certamente a serviço, pensou o Saulo, porque ele trajava um terno impecável.
Bolou então o assalto que esperava render muitas jóias e algum dinheiro.
Oxalá essas moedas fossem as tão sonhadas verdinhas. Entrou sem dificuldade no terreno da mansão. Afinal, o Saulo era larápio condecorado. Eram duas horas da madrugada quando entrou na casa e rendeu a mulher com um trezoitão. A mulher estava na cozinha tomando água. Ao perceber a presença do Saulo, deu um berro de acordar o quarteirão.
Para surpresa do Boca Rica, um sujeito vestido unicamente de cuecas surgiu lá de dentro. E empalideceu ao ver a pistola na mão do bandido.
Boca logo percebeu que aquele só podia ser o amante da dita cuja. Mandou o medroso sentar e a mulher ficar calada, senão iria chover chumbo, decretou o Boca. Depois ordenou que a safada lhe trouxesse o dinheiro e as jóias. Ela foi para dentro do quarto, e rapidinho voltou com a mixaria de dois pares de brinco, dois anéis e cinco mil reais. Boca queria dólares, queria as verdinhas. A mulher tremia dentro do pijaminha curto.
Boca insistiu que queria mais jóias, queria dólares. E balançou o revólver na direção dela.
De repente, ela levantou a perna direita e esfregou a genitália na quina
da mesa.
O Boca e o amante ficaram boquiabertos, estupefatos. Chegaram a baixar a cabeça, envergonhados.
- Gente, - contou o Boca - mesmo com toda a minha experiência de assaltante nunca vi nada igual. Fiquei tão desenxabido que fui embora só com aquela mixaria.
E completou:
- Não sei se foi nervosismo, se ela estava com comichão, ou se só queria dar uma coçadinha.



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