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Artigos-->O GRAMSCISMO E AS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS -- 01/04/2003 - 07:09 (RODRIGÃO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O GRAMSCISMO E AS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS



Rosa Valença



Em 1998, uma greve por tempo indeterminado foi deflagrada por professores e técnicos administrativos da UFRJ. As demais Universidades públicas do país, também aderiram à greve, seguindo um período caótico para o ano letivo de 1998. Na UFRJ, o descontentamento com o reitor, Prof. José Henrique Vilhena, nomeado pelo MEC e empossado, levou a comunidade universitária insatisfeita, a se organizar para pedir a renúncia do referido reitor.



A greve prolongou-se por quase seis meses e, já no final, ocupava todos os espaços na mídia. Protestos e atos públicos aconteciam quase que diariamente. A universidade se esvaziou, só funcionando os serviços essenciais. Alunos aderiram à greve dizendo apoiar as reivindicações de funcionários e docentes.



A situação ficou caótica quando um grupo de alunos, funcionários e pessoas que surgiram não sei de onde, ocuparam a reitoria. Na verdade, eles acamparam no hall do 2º andar bem em frente ao gabinete do reitor. Tudo era permitido para perturbar a ordem daqueles que desejavam trabalhar. As palavras de ordem eram: "Fora Vilhena! Golpista! Fora FHC! Renúncia!"



Na tentativa de poder trabalhar, o reitor transferiu seu gabinete para o Campus da Praia Vermelha. Foi inútil. Sofreu xingamentos e teve o carro apedrejado. O grupo que ocupava o hall da reitoria, numa vigília permanente, cozinhava, lavava, danificaram tomadas e telefones. Trabalhos de vários alunos da Escola de Belas Artes que provisoriamente estavam no mesmo hall desapareceram ou foram danificados.



Um clima muito tenso rondava a UFRJ, enquanto os ocupantes da reitoria numa vigília permanente teimavam em não desocupa-la. Esta situação preocupante já se arrastava por muito tempo quando, pessoas de várias categorias resolveram apoiar os grevistas. Uma delas, foi Oscar Niemeyer, marcando presença na Reitoria e sendo muito aplaudido.



É bom que se diga, que Niemeyer, comunista de carteirinha, é sempre homenageado nos meios universitários. O jornal SINTUFRJ- Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, noticia no número 477-julho/agosto de 2001, a homenagem a Niemeyer feita pelo MST. A homenagem ocorreu durante o 3º Curso Realidade Brasileira para Monitores do Programa Nacional de Formação de Militantes e da Base do MST. O curso foi realizado entre os dias 20 e 29 de julho de 2001 na UERJ- Universidade Estadual do Rio de Janeiro.



Retornemos ao assunto anterior: a greve de 1998 na UFRJ. Os grevistas realizaram com o apóio do Comando de Greve, um grande ato de protesto, na própria Reitoria. Nos dias 6 e 7 de agosto aconteceria a Plenária Nacional da Fasubra (Federação que representa os sindicatos dos trabalhadores das universidades brasileiras), com direito a show, música, artistas e celebridades. Chegou ao meu conhecimento que militantes do MST e políticos do PT, estiveram presentes. No encerramento, rosas brancas foram erguidas numa demonstração de paz.



Tudo transcorreu sem gravidade, mas as negociações estavam endurecidas. A universidade se viu ameaçada por uma intervenção policial. No dia 21 de agosto, homens da Polícia Federal e do pelotão de choque da PM ocuparam a Reitoria. Representantes da mídia estavam lá para testemunharem a saída ordeira dos grevistas que ocuparam a Reitoria por mais de hum mês. Alguns dias depois terminava a greve praticamente sem conquistas. E o reitor chamado de golpista? Continuou ocupando o cargo até 2002.



Com o término da greve, parei para refletir sobre os acontecimentos. O que levaria professores, estudantes e funcionários a agirem desta forma? A greve foi nitidamente política. Na verdade, foi um ensaio geral para as eleições de 1998 que estavam bem próximas. Pretendiam com estas atitudes sensibilizar a sociedade brasileira, e ao mesmo tempo demonstrar o descontentamento da comunidade universitária com o governo Fernando Henrique Cardoso.



Durante o mês de outubro foi intensa a propaganda prol PT e do seu candidato, Luiz Inácio Lula da Silva, à presidência. Os resultados do pleito, entretanto, deixaram toda a comunidade universitária decepcionada. Deu Fernando Henrique Cardoso logo no 1º turno.





A autora é Pesquisadora, Escritora e Combatente da Verdade



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