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Artigos-->A guerra e o pêndulo -- 01/04/2003 - 22:31 (Ricardo de Barros Bonchristiani Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nada mais correto do que o termo “roda da história”. Conta-se uma história e depois outra. Após algum tempo, conta-se de novo aquela mesma primeira história, apenas trocando os personagens e, depois, repete-se a segunda. A teoria do pêndulo pode ser apreciada a cada movimento social, mas as guerras têm o poder de explicitá-la com mais ênfase.



Não é preciso uma viagem muito longa no tempo e lembramos que a Guerra do Vietnã não resolveu o problema a que se propunha, exterminou civis e soldados hipnotizados, desperdiçou milhares de dólares, produziu infinitos traumas e remorsos, por tabela, rendeu muitas películas hollywoodianas.



Era de se esperar que a humanidade aprendesse alguma coisa com resultados tão brutais, mas que esperança. O pêndulo da (in)consciência vai e volta. Com a guerra EUA versus Iraque, os mesmos americanos que cometeram haraquiri nas florestas tropicais asiáticas, decidem, com 70% de aprovação, pelo novo suicídio. Dessa vez, o cenário é o deserto e o apoio vem de um sentimento pueril: vingança. Infelizmente, homens são crianças de corpo superdesenvolvido.



No Vietnã, os soldados, ensandecidos com a violência, produziram diversos massacres de população inocente. Mas, esse processo começou com uma execução, que saltou para duas, três, quatro, até que temos um genocídio. No fim desse processo, a sociedade olha e pergunta: “Como pôde acontecer isso?”. Esquecem-se do início.



No novo conflito, com poucos dias de ataques na terra que um dia foi o Jardim do Éden, membros da 3ª Divisão de Infantaria norte-americana abriram fogo com armas pesadas contra uma van que carregava treze civis, na sua maioria mulheres e crianças na cidade de Najaf, em um posto de controle. Dos ocupantes do veículo, sete morreram e dois ficaram feridos, todas mulheres e crianças.



A tentativa de justificativa yankee se baseia em uma ordem de parada não obedecida. Diante da indiferença, soldados que passam anos nas academias militares mais conceituadas dos EUA aprendendo táticas de guerra modernas e, nutrindo uma auto-imagem exacerbada, acreditando serem os cavaleiros da liberdade e democracia universais, não hesitaram em metralhar alvos indefesos e acuados.



Considerando a citada Teoria do Pêndulo, podemos então descrever o futuro (que já se mostra às portas) desta guerra, caso persista por um tempo maior: extermínio de civis e soldados hipnotizados, desperdício de milhares de dólares, infinitos traumas e remorsos e, por tabela, muitas películas hollywoodianas. Por acaso, é exatamente o produto da Guerra do Vietnã e de todas as guerras.



Depois da Segunda Guerra Mundial, com toda aquela degradação e devastação, criou-se a Organização das Nações Unidas e a Declaração dos Direitos Humanos. A idéia era mostrar que aprendemos a lição e não repetiríamos os mesmos erros. Mas não adiantou. A Terra é dominada por seres humanos, e o pêndulo não se importa com ONUs ou declarações. Cá estamos às voltas com exatamente os mesmos erros.



Mas há uma diferença neste momento: produz-se mais conhecimento, mais ciência, mais estudo, mais tecnologias, mais tudo. Só que “Quem aumenta ciência, aumenta tristeza”, já nos advertia o best-seller da Era.



Infelizmente, assistimos todos os dias na TV que tudo isso não serviu para muita coisa. Apenas mostra de maneira óbvia que a humanidade não pode fugir sozinha do seu próprio ciclo. A roda da história. O tal pêndulo. Sempre virão, de tempos em tempos, nos explicar de novo, até aprendermos, mas talvez seja tarde demais.

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