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cronicas-->Praia estranha -- 22/06/2008 - 09:34 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Praia estranha

Aroldo Arão de Medeiros

Não sei se estava sonhando acordado, mas a verdade era que estava num balneário pra lá de estranho. As mulheres sem um pingo de beleza passeavam, digo, rastejavam na beira mar feito cascavéis prontas para darem o bote. Eu mudava de lado da rua com medo de seus venenos ameaçadores.
Havia separações de raça, sexo e talvez mais alguma coisa que não conseguia distinguir. Os espaços eram separados, inconscientemente, sem aramados.
Os negros tinham seu espaço e não eram incomodados.
O mesmo acontecia com os homens gordos e os magros.
As mulheres brancas eram separadas, provavelmente por altura, gordura, cor de cabelos, pois se fossem pela beleza todas ficariam juntas, tal era o grau de feiúra.
O vento forte batia impiedosamente. Homens tentavam acender seus cigarros e não conseguiam. Eram obrigados a entrar num bar para que com a ajuda da revessa pudessem fazê-lo.
A garoa fina não proibia os pseudos turistas de tomarem banho de mar. Pelo menos uma centena deles se esbaldava na água fria e agitada.
Os caminhantes pareciam trópegos, atrapalhados pelo vento forte que os empurrava de um lado a outro.
Parecia que a maioria não tinha vontade de viver. Bastava olhar em seus semblantes e ver a tristeza da vida que eles carregavam.
Eu não queria e não podia pertencer àquela corja de desesperados. Saí dali correndo, voando o mais rápido que pude. Fui para outra praia, normal, em que as mulheres eram lindas e os homens se pareciam com seres humanos. Os animais eram mantidos longe das orlas e a paz reinava entre os praieiros.
Esbaldei-me. Mergulhei, nadei, me sequei ao sol e por fim fui tomar aquela cerveja gelada que ninguém é de ferro.


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