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Cronicas-->Seilaoquê-de-bom do karaokê -- 03/07/2008 - 19:35 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dizem que as maiores invenções do povo japonês são, em ordem decrescente, o Miojo e o Karaokê. Sobre o miojo, não há muito para debater. Esse macarrãozinho é quase uma unanimidade. No mundo, mais de 80 bilhões de porções de macarrão instantàneo são consumidas por ano, numa média de 13 ponto alguma coisa pacotes por ser humano vivo. Em qualquer cafofo, são esses pacotinhos coloridos que resolvem o problemão que é o cardápio dos cozinheiros solteiros e preguiçosos. Há, na Internet, mais de 17 mil endereços relacionados à pesquisa "Receitas com Miojo". Ceia de natal, inclusive. Tão importante a invenção que quando seu criador, Momofuku Ando, morreu todas as cozinhas do mundo fizeram três minutos de silêncio...
O Karaokê não é assim tão querido e está longe de ser consenso. Para seguir no ambiente Web, há no Orkut várias comunidades para quem ODEIA KARAOKÊ. E outras tantas para quem AMA KARAOKÊ. Eu, confissão cantada, faço parte do segundo grupo. Sei que muita gente acha brega, muita gente acha chato, muita gente não entende. Mas quem tem coragem de subir num palco e, mesmo sem ter talento ou técnica, cantar para uma platéia de estranhos está pouco ligando para o que os outros pensam. Mesmo assim, vou fazer a defesa: karaokê é um seiolaoquê-de-bom. Se você é um preconceituoso ou mesmo um pós-conceituoso com experiências traumáticas que podem incluir aniversário e batizado animados por videokês distorcidos, tem a minha compreensão. Pior que gente bêbada e besta gritando com um microfone nas mãos, só uma maratona de Voz do Brasil. Ninguém merece, ninguém suporta. Nem eu. Mas karaokê não é isso.
Literalmente, karaokê significa "orquestra vazia". Literal não é muito legal... mas dá para entender a escolha nipónica de nome para a invenção. Não há orquestra em karaokês e é bem diferente cantar com playback. Para quem acha que é mais fácil, basta pensar que com uma orquestra, ou banda que seja, o cantor fica livre para conduzir sua apresentação. Os músicos trabalharão em função dele. No karaokê, é o contrário: o intérprete é quem deve se encaixar nas opções oferecidas pela máquina. Isso é um desafio. Há karaokistas que se tornam especialistas em acertar tons e andamentos previamente. Uma vez dado o play, é só no gogó e na raça.
Ribeirão Preto está meio órfão de casas noturnas dedicadas ao filão do karaokê (lucrativo, diga-se de passagem). Ainda assim, caso você queira comprovar minha tese do "seilaoquê-de-bom", há alguns bares mais periféricos na cidade que produzem alguns dias de karaokê por semana, além de clubes que mantêm essa opção de entretenimento. Se você aceitar o convite-provocação, terá a chance de conhecer cantores mais que competentes: Débora Pitta, Fernanda Maggiori, Luciano Hanzo, Pedro Ramos, Gustavo Reis, menino Roni e seus agudos, Chris Carolo (como meu amor canta e me encanta sempre, deus do céu!) e muitos outros finíssimos e afinados. Artistas que não fariam feio frente a uma banda profissional e que, se tivessem vontade, poderiam viver de cantar. Mas, por enquanto, seguem suas vidas profissionais nas mais diversas áreas e viram karaokistas quando podem.
Quem vai a um bar qualquer, vai para beber, bater papo, paquerar, ver gente. Quem vai a um Karaokê, faz tudo isso, mas tem a motivação do cantar em primeiro lugar. Há quem cante para compensar frustrações, há quem cante para brincar de artista, há quem cante para dar risada, há (Freud explica) quem cante para sublimar fixações. E aqueles que cantam porque não podem ficar sem isso. Num karaokê, todos esses cantores são bem-vindos. Sempre existirão os desafinados, os chatos e os perdidões-na-noite. Pense: às vezes, você paga couvert caro em bares comuns para ouvir o mesmo desafinado, chato e perdidão-na-noite cantando "profissionalmente". E nem pode reclamar. No karaokê o ambiente é outro. Todo mundo gosta de música, todo mundo pode cantar e a chance de que a noite tenha vários destaques é cada vez maior. Melhor que isso, só beber o caldinho do Miojo que sobra no prato. Shuuuuuu.
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