Éramos de uma classe feminina, num Colégio Estadual, desde o ginásio, e onde cursamos o Clássico, para Letras.
Formávamos uma turma coesa, muito amiga, por termos seguido juntas, dos onze aos dezessete anos, quando concluímos o curso.
Mais tarde, da turma de quarenta e cinco alunas, houve a divisão de grupos: cada uma foi para a faculdade que mais lhe interessava.
Eu, Marilene, Marli, Silvia, Uberalina, Lucy, Neide e Eunice prestamos o vestibular aqui mesmo, na região onde moramos até hoje. E na FEUC nos formamos em Letras e Pedagogia.
Fizemos concurso público, assim que nos formamos e passamos.
Cada uma foi para escolas diferentes, mas sempre nos encontrando, mesmo depois de casadas, nossos filhos, já crescidos, tornaram-se amigos... Marilene, por alguma razão biológica, não teve filhos. Mas vivia feliz com Walter.
Na tarde de ontem, os dois foram levar o cão ao veterinário e, ao chegarem a casa, foram rendidos por bandidos.
Mortos pela mesma bala, não se sabe ao certo se reagiram, ou se a ruindade dos assaltantes era extrema, se é que "ruindade" pode ser medida em alguma escala.
Pela minha "escala de indignação" acho bem provável que este mundo vai de mal a pior. E estão "desarmando o cidadão" para dar maiores asas aos bandidos...
QUE HIPOCRISIA!
Perdoem os que me lêem... Mas, com os sentidos embotados pela dor, acabo escrevendo, talvez, algo de que me arrependa depois. Sei que me entendem. |