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Artigos-->Falando em Beatles -- 03/06/2001 - 02:14 (Alberto D. P. do Carmo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ontem no chat apareceu um sujeito que resolveu fazer uma brincadeira comigo sobre as músicas dos Beatles. Ele digitava três ou quatro palavras de uma música deles e eu digitava um pedaço da música, dizia o nome, o LP e detalhes eventuais da música. Mas o cara cismou de fazer isso justo comigo, que saí da infância para a adolescência ouvindo e tocando Beatles. Justo eu, que devo minha vida profissional a eles. E a minha cabeça também, os sonhos, as crenças na beleza, no amor, etc.

Isso me fez pensar sobre a minha geração. Fomos a turma de rebentos mais privilegiada deste século. Nascemos e crescemos numa época que foi como Pelé, e os próprios Beatles. Igual àquelas décadas nunca mais, pode esquecer.

Que outra geração vibrou com "I wanna hold your hand", ou dançou "If I Fell" nos bailinhos, ou viu Chico Buarque, com vinte e poucos anos, ganhar o festival da Record com "A Banda", o Vandré chutando o pau da barraca com "Pra não dizer que não falei das flores", o JK fazendo uma cidade no coração do Brasil, que era sonho do Dom Pedro I; e os lances do Garrincha e os gols do Pelé, a Mary Quant mostrando os joelhos, e um pouco mais, quando inventaram a mini-saia.

Que outra geração curtiu calça Lee importada (contrabandeada), que não se adequava ao nosso perfil latino e a gente tinha que mandar ajustar em costureiras especializadas em Lee e Levi s. E a gente lavava com tijolo para desbotar logo. E a grife, um pedacinho de couro escrito LEE, a gente arrancava de cara. Lá nós éramos de ficar fazendo propaganda na cintura? Hoje o pessoal faz questão de botar a etiqueta no meio dos chifres, ou da testa. Geração de bobões.

Enquanto a gente crescia vendo o Circo do Arrelia, com a Comedinha, o pessoal de hoje engoliu Xuxa a seco, e outros dejetos. A gente lia Monteiro Lobato, e a molecada agora se entope de Harry Potter, ou seja lá qual for o nome. Literatura de péssima qualidade. Fora os pais, que chegam ao cúmulo de assistir coisas como "No Limite" e outras idiotices. A gente curtia "Família Trappo", "O Céu é o Limite", com Aurélio Campos, via o "Show do Dia 7" todo dia 7 na Record. Fora o "Bossaudade", "O Fino da Bossa", "Jovem Guarda", etc. E bota etc nisso!

E Ruben Braga, Plínio Marcos, Drummond, Vinícius, e mais etc. Todos produzindo a pleno vapor. Até o FHC ficava filosofando lá pelos lados da Maria Antonia.

E a primeira transmissão de TV via satélite e colorida? Foi a gravação, ao vivo, dos Beatles cantando "All you need is love". E a gente aqui não viu, porque a coisa andava braba.

Foi uma geração tão adubada, que acabou gerando uma safra de talentos brasileiros como nunca mais vamos ver. Pelo menos enquanto Wall Street não afundar num terremoto e a ONU não pegar fogo. E uns certos povos, que vivem se digladiando, não se auto-exterminarem de uma vez por todas. Que vão pros quintos, sextos e sétimos do inferno!

Desculpem o desabafo, mas quem viveu vendo Brigitte Bardot tomar forma, não consegue entender o tipo de fezes que as gerações posteriores colocaram no cerebelo. Haja bimbo e bimba para agüentar! E depois dizem que o Urtigão é neurastênico.

Tempos atrás, vendo um especial da Bandeirantes, sobre os tais sertanejos, quando Tonico e Tinoco chegaram ao programa, os tais de Chitãozinho e Xororó comentaram com eles que, no tempo deles, a dupla coração do Brasil, falava-se muito de sertão, e que agora se fala de amor. Os dois caipiras responderam que também se falava de amor, só não se falava em "carcinha". Até hoje não entendo como os dois, Chitão e Xororó, não se suicidaram ao vivo, para deleite de todos nós. Radical, né?

Mas uma coisa essa modernidade trouxe, a digitalização, a enorme quantidade de informação que temos agora. A facilidade de encontrar pérolas na Internet. O que antes a gente levava dias pesquisando nas bibliotecas, agora a gente consegue em minutos. Eu fiz "download" da "Divina Comédia", em italiano, em questão de minutos. Isso é melhor que Coca-Cola!

Fora o Napster, onde estou conectado enquanto escrevo estas besteiras, que me traz as músicas que eu quero ouvir. Escrever ouvindo aquelas pérolas é até covardia. Tudo ao mesmo tempo. É a tal da multimídia.

Acho que assim que cair um asteróide, como o da era dos dinossauros, fazendo uma limpeza seletiva, este planeta voltará a viver grandes décadas!

Não que eu seja radical, mas não vejo a hora da sujeira ir para o lixo, ou pelo menos para baixo do tapete.

E, como diziam os Beatles: All you need is love. Ou como dizia o Tom: Se eu pudesse, por um dia, este amor, esta alegria, eu te juro, te daria, se eu pudesse, este amor todo dia...



















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