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Cronicas-->OLíMPIADAS AMARELAS DA CHINA -- 25/08/2008 - 21:23 (Roberto Stavale) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Depois da abertura apoteótica e do encerramento melancólico, para nós, brasileiros, entre tapas e beijos, mortos e feridos, terminou a 29ª versão moderna das Olimpíadas, realizadas na China, amarela por fora, mas vermelha por dentro.
Segundo os historiadores, os atletas gregos, em honra a Zeus, reuniam-se a cada quatro anos lunares no Peloponeso, na confluência dos rios Alfeu e Giadeo, onde se erguia a cidade de Olímpia que, a partir do ano 776 a.C., cedeu seu nome para aquele que viria a ser a maior competição esportiva em toda a história da humanidade - os Jogos Olímpicos, mais tarde, simplesmente Olimpíadas. O primeiro vencedor de várias provas foi o atleta Coroebus, que recebeu, como prêmio, uma coroa de folhas de louro, símbolo da vitória.
Além da religiosidade, os gregos buscavam, através dos jogos, a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a sua civilização.
Quando Jesus Cristo nasceu, disputava-se a 194ª Olimpíadas que perduraram até o ano de 394 d.C., quando o Imperador Romano Teodósio I converteu-se ao Cristianismo e decretou o fim dos Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações religiosas do politeísmo grego.
Em 1896, o francês Pierre de Fredy, conhecido como o Barão de Coubertin, decidiu retomar os Jogos Olímpicos em Atenas que passariam a ser disputados de quatro em quatro anos, em países diferentes escolhidos pelo Comitê Olímpico. Dessa primeira Olimpíada da Era Moderna participaram 285 atletas (somente homens) de 13 países, que disputaram provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.
No século XX, as Olimpíadas foram suspensas diversas vezes devido às duas guerras mundiais.
Agora, em 2008, nas chamadas Olimpíadas de Beijing, a China quebrou a supremacia em medalhas de ouro dos EUA, que vinha desde Barcelona, em 1992.
Nessa enxurrada de medalhas conquistadas pela China, num total de 51, os chineses acumularam 133 medalhas de ouro, contra 930 dos EUA, através do tempo. Esses números mostram que, como donos da casa, os chineses ganharam praticamente a metade das medalhas de ouro em uma única Olimpíada. Enquanto nós, brasileiros, ganhamos, até hoje, 20 medalhas de ouro.
A diferença é brutal em todas as categorias de medalhas - ouro prata e bronze. Para nós, resta e sempre restará a lengalenga de que o importante é competir, e não vencer.
Com algumas alegrias e muitas tristezas, fomos lá mostrar que o futebol masculino é apenas slogan de um passado distante. E não faltaram palhaçadas em nome do nosso colorido e despido carnaval.
É bom falar, em primeiro lugar, do garboso futebol mostrado pelas nossas "boleiras", descontraídas e desconhecidas meninas que honrosamente ganharam a medalha de prata. Essas meninas que, em um ano, não ganham o que o Ronaldinho Gaúcho ganha em um mês.
Em segundo plano ficaram os "pipoqueiros", meninos que eram os favoritos em ouro, e mais uma vez voltaram com as medalhinhas de bronze, dadas de mão beijada pelos nossos queridos hermanos argentinos.
Será que aquele trapo preto que Ronaldinho Gaúcho usa na cabeça durante os jogos não atrapalha a sua visão e os seus movimentos? Se for mandinga recomendada por algum pai ou mãe-de-santo, é melhor avisar o macumbeiro que o feitiço está virando contra o feiticeiro. Com ou sem macumba, apenas temos notícias de que o "melhor do mundo", após a derrota de 3 x 0 para os argentinos, passou a noite chorando em altas lamentações.
Quem deve estar feliz por ter escapado da vergonha é o atleta de Cristo, Kaká, uma das sete maravilhas do mundo encantado da Igreja Renascer em Cristo.
Não sei se o técnico Dunga é "chegado" em predizer o futuro, se lê cartas de baralhos ou se anda com búzios nos bolsos. Ele profetizou a febre amarela que atacaria diversos dos nossos atletas com o famoso "amarelão". Começou pelo seu pupilo, Alexandre Pato. Tirou o jovem do time porque estava com tremedeira antes de enfrentar o time de Camarões. Afinal, quem pagou o pato? Muita gente leva seus animais de estimação, cães ou gatos, para passear. Desta vez, Dunga levou Pato para dar umas voltas ao redor da muralha chinesa.
A epidemia da febre amarela "amarelou" e atacou, de forma implacável, os nossos ginastas: Daiane dos Santos, Daniele e Diego Hipólito, esperanças de pelo menos um bronze para a nação tupiniquim. Depois de diversas manobras e piruetas, eles sofreram tremores e se estatelaram com os traseiros no chão.
O fato mais tragicómico entre nossos representantes ficou com o episódio vivido por Fabiana Murer, mais conhecida como a moça da vara.
Em uma das provas, a inconformada atleta percebeu que a sua vara tinha sumido.
Rodeada por repórteres e càmaras de televisão, Fabiana só sabia gritar, aos prantos:
- Eu quero a minha vara! Onde meteram a minha vara de estimação?
Procuraram em todos os buracos, sacolas e cantos. Mas nada de a vara aparecer.
E, cada vez mais histérica, a brasileira chorava a vara perdida.
Até carta com pedido de desculpas pelo sumiço da vara foi enviada à desesperada garota. Mas foram categóricos em afirmar que a própria Fabiana havia guardado a vara e não se lembrava onde. Em qual buraco estaria escondida a vara da pobre moça?
Outra façanha entre os nossos atletas, digna de medalha de ouro na categoria "Eu sou o mais burro do mundo", aconteceu com o montador Bernardo Alves e seu cavalo Chupa Chup, em cuja urina foi detectada a presença da substància Capsaicim. Para isso, o montador tem de ter cabeça de jerico, principalmente na China, onde carne de cavalo, cachorro, cobra, barata, escorpião e outros bichos são especialidades caras e raras.
Mas vamos falar dos "monstros" olímpicos desta temporada.
O maior fenómeno aquático ficou por conta do nadador americano Michael Phelps. Ele, sozinho, obteve oito medalhas de ouro em diversas modalidades de natação. Se a ciência comprovar, no futuro, que o moço é um raro e veloz animal anfíbio, com certeza ele terá de devolver todas as medalhas ganhas.
Outro atleta fora de série é o corredor jamaicano Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo. A pé, ele certamente corre mais do que qualquer carro de Fórmula 1 pilotado por Rubens Barrichello. Seria de grande utilidade pública se a nossa polícia contratasse Bolt para correr atrás de "trombadinhas", pelas ruas da cidade!
As nossas maiores alegrias resultaram de três medalhas de ouro: Maurren Maggi, salto a distància; César Cielo, 50 metros nado livre; e o ouro coletivo para as espetaculares garotas do vólei.
Como consolo, ganhamos quatro medalhas de prata e oito de bronze.
Outro fato que chamou a minha atenção foi quando um repórter, ao entrevistar Maurren, ressaltou a sua admiração por ela ser a primeira atleta a ganhar medalha de ouro, individualmente. Só se for entre as mulheres. Nas Olimpíadas modernas já obtivemos, individualmente, sete medalhas de ouro: três em atletismo, duas em judó, uma em tiro e uma em hipismo. Só o nosso imortal Adhemar Ferreira da Silva foi bicampeão olímpico em salto triplo - a primeira em 1952, na Finlàndia, e a segunda em 1956, na Austrália.
Agora é esperar pelas Olimpíadas de Londres, em 2012, se Osama Bin Laden deixar.
O nosso maior turista, que às vezes ocupa o cargo de chefe da nação, presidente Lula, todo eufórico na abertura dos jogos, lá em Pequim, declarou que fará tudo para que as Olimpíadas de 2016 sejam no Brasil.
Será que ele quer ficar no poder até lá, esquecendo-se de que o Brasil é cercado pelas muralhas da fome, violência, corrupção? Isto sem falar no pouco caso com a saúde e bem- estar, principalmente dos nossos atletas amadores.
Mas, como Deus é brasileiro, não fará esse seu sofrido povo passar por tamanha vergonha!


Roberto Stavale
São Paulo, Agosto de 2008.-
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