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Cronicas-->Camping, Cães & Cia -- 18/02/2001 - 08:41 (IZABEL ROSA CORREA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A praia de São Francisco do Sul está quase vazia. Vazia de pessoas, cachorros há muitos. As madames levam seus tiuauas inquietos em correntes curtas, com ambos mantendo os narizes empinados e os cãezinhos latindo impertinentes. Os meninos não conseguem passar por eles sem os provocar, pois, o "pavio curto" dos bichinhos é conhecido por todos. Um pastor alemão é lavado e escovado à beira-mar. Dócil e com o olhar inexpressivo ele se deixa lavar por longo tempo, depois escapa e rola feliz na areia fina, para desespero do dono que não consegue conte-lo.
Ontem, andando na praia deserta, com um vento frio que colava minha blusa ao corpo, encontrei um filhote de mastim, belo e forte. Encontrei, não, ele me encontrou! Estava com um casal de namorados que, sentados em um tronco trocavam carinhos. O filhote me viu e sentindo o cheiro da costela assada que eu trazia para o almoço, não me deu paz. Corria em volta de mim. Corri também. A moça gritou. O rapaz levantou-se e xingou o cão (eu acho). O filhote parou de correr, mas não de latir. Os namorados voltaram ao abraço e eu afastei-me depressa defendendo meu almoço. Tropecei em algo macio. Um monte de areia? Não, um pinguim. Morto, é claro, nessa latitude e nessa época. Observei bem o bicho. Morrera há poucos dias, pois o mar ainda não deteriora suas vestes de estrangeiro.
Volto ao camping. Os meninos dizem que este é um zóo-camping. Temos como vizinhos uma gata com cinco gatinhos pretos. São lindos e inconvenientes. O pelo negro realça os olhos verdes e espertos quando miam chorosos por um pouquinho de leite. A maior diversão deles é jogar um deles com as patas para cima e vê-lo virar-se rapidamente no ar e cair em pé. Judiam dos bichinhos, mas eles não se afastam. Uma morena gorda e simpática vem trazer-lhes sobras de almoço e os chama pelos nomes: "Rafael, Bruno, Bruna, Nastacha, Patrícia!
Rimos muito com os nomes de gente dados aos gatinhos. Ela também. Há um cão vira-latas de caráter dócil. Passa o dia preso ou sendo arrastado sem piedade pelo menino da zeladora gorda. O nome dele é Bob. Deveria ser Bobo, " Para combinar com a cara dele" reforça um menino. Não conseguimos rir nem fazer piada é com o nosso outro vizinho. Seu nome é Welington. Nome pomposo para um galo. Fica preso em uma gaiola afastada. Não sabíamos da sua existência até ele cantar eufórico das quatro às dez da manhã, acabando com o nosso sono de campistas. Temos planos para ele. Eu quero prepara-lo ensopado, num molho com salsa e cebolinha. Para completar, uma polenta bem molinha e algumas folhas de alface. Os meninos imaginam prender-lhe o bico com esparadrapo, durex ou cola. Quando lembram-se que não temos nada disso no camping, surgem alternativas: amarrar-lhe o bico com um cordão de calção de banho, abrir a portinhola e deixa-lo fugir sem que a zeladora veja ou, cantarmos bem alto nos seus ouvidos quando ele estiver tirando uma soneca. Fica só nos planos. Denunciamos o galo-cantor ao guarda do camping, mas o alemão mal-humorado, que lembra o popeye, não pelos músculos, mas pelo cachimbo mal-cheiroso, nem se importa. Aprender a dormir ignorando o primoroso canto do nosso vizinho é o que nos resta.
Faltou contar mais uma história de bicho. Outro cachorro. Os quatro meninos estavam na praia. Dois dentro do rio que deságua no mar e dois fora. De dentro do rio, provocaram o cachorro e ele perseguiu os dois que estavam fora. A intenção do bicho não ficou clara. Na dúvida, os dois entraram na água. Riram muito. Depois, os quatro o perseguiram e passaram a jogar-lhe areia. Ele sumiu. Mais tarde os meninos tiveram que ficar muito tempo sem sair do rio, pois, na beira, um morenão medindo 2x2 procurava os moleques que espantaram seu precioso cãozinho.
Foram dias muito divertidos. Para uma praia deserta, ela estava muito movimentada. Os bichos que o digam.
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