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cronicas-->PADECER NO PARAISO -- 01/09/2008 - 00:24 (Maira Cervi Marques Fernandes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Já te dei o meu corpo, a minha alma. Minhas noites de sono e a minha tranquilidade. O meu tempo deixou de ser meu para viver o seu. Minha paz foi aniquilada, em medos, estresse e preocupações. Comecei a sentir medo da morte, não por mim, mas por não poder mais te deixar sozinho, sem o meu carinho, sem o meu cuidado. Senti fome e sono. Por muitas vezes não consegui se quer ir ao banheiro com privacidade. Nenhum desejo meu era maior do que o seu bem estar e satisfação.
Já perdoei palavras duras, ditas com agressividade nos momentos de discussão. Sem rancor, já perdi as contas de quantas vezes eu te ouvi dizer: perdão. Já chorei sentida, por ter ouvido o que nem um estranho conseguiria me dizer. Mas relevei cada insulto, cada injúria e acusação. Cada vez que não fui ouvida, ou questionada. Cada vez que tive que assimilar sozinha as minhas angustias, por não ter espaço para falar dos meus sentimentos.
Uns dizem que é padecer no paraíso. Não sei se referiam a isso tudo, mas com certeza deve ser. Nenhuma dor é tão doída quanto sentir a raiva que vem de um filho. O seu desprezo e indiferença num momento de furor. Tudo vai bem quando a sua satisfação é atendida. Mas a sua agressão é certa quando não é prontamente atendido nos seus desejos e necessidades. E não se iluda com o silêncio, a raiva pode vir de um olhar ou pensamento.
Ainda bem que as brigas na maioria das vezes não duram muito. Mas dói mesmo assim. Mãe também falha e erra muitas vezes. Pena que não sabia disso quando feri a minha. Somos condenados a ferir e sermos feridos pelas pessoas que mais amamos. Que sentido pode haver nisso? Na verdade somos seres egoístas e mesquinhos, buscando satisfazer o próprio prazer. E nada vai mudar isso, aconteça o que acontecer.
Ninguém é tão bonzinho que não sinta raiva. Ninguém. O grande consolo e que faz toda a diferença é aprender a não guardar mágoas. Quantas vezes dizemos coisas que nos arrependemos depois? Quantas vezes falamos justamente aquilo que mais machuca o outro, mesmo sabendo do estrago que isso pode causar? Enfim, nós somos assim, já nascemos imperfeitos, de pai e mãe.
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