“Para ela, a primeira necessidade de confidências nascia das primeiras decepções de sua sensualidade, tão naturalmente como de ordinário nasce das primeiras satisfações do amor. Ela ainda não conhecia o amor. Pouco tempo depois, veio a ter um desgosto de amor, que é a única forma de chegar a conhece-lo”.
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[Marcel Proust, escritor francês, autor de “Em Busca do Tempo Perdido”, talvez a última grande obra monumental da literatura do século XX. Proust foi reconhecido por essa obra, um romance dividido em sete volumes mais ou menos independentes em que a condição humana, social, cultural, artística, política e sexual é exposta ao olhar acurado, crítico e contundente do autor. Nada escapa ao “olho clínico” de Proust. O que poucos sabem é que o escritor francês também foi um contista de primeira linha. A frase acima foi extraída do conto “Violante ou O Mundanismo”, do livro “Os Prazeres e os Dias”, paródia cínico-irônica de uma obra clássica de Hesíodo – “Os Trabalhos e os Dias” – uma espécie de elogio, análise e crítica do homem em relação ao trabalho. Vale a pena conferir: Hesíodo e Proust, Proust e Hesíodo. Fica ao gosto do freguês.]
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