Lamento
Jane Lagares
Procuro as palavras,
harmonia,
estou vazia...
Nada vem,
nada registro,
apenas a vontade de escrever,
algo que está em mim,
travado,
doído,
mas quieto, paralisado,
como a paraplegia intelectual da criação.
Rabiscos em papel,
símbolos soltos no monitor.
As palavras sufocam-me,
mas atropelam-se.
Não conseguem vestir roupa de poesia,
não se maquiam,
nada de perfumes bons,
apenas estão,
como espectadoras silenciosas da vida.
Brasília, 25 de julho de 2001.
13h58 |