Embora um pouco tenso de início, minhas apreensões logo se dissiparam ao perceber a receptividade de alguns alunos, em contraste com a passividade quase submissa de outros. De qualquer modo, nem uns nem outros apresentaram grandes objeções ou acharam falhas graves no decorrer da apresentação do trabalho. A interatividade proposta pelo grupo acabou por derrubar algumas barreiras, e a colaboração – consciente ou não – de alguns alunos, que, ao fazerem observações irônicas, críticas, ou mesmo jocosas, contribuíam para o bom andamento da apresentação, que tinha por objetivo demonstrar que a pretensa representação análoga da realidade supostamente inerente a uma fotografia é, em parte, um mito, uma vez que as formas de se observar, de se fotografar, e de se tratar uma fotografia são muitas, e o próprio objetivo do fotógrafo influi no resultado da mesma. Creio mesmo termos alcançado os objetivos propostos, pois num momento de folga, enquanto observava os trabalhos apresentados por outros grupos, ouvi um aluno que comentava a possibilidade de uma das fotos utilizadas por um destes ser montagem, ou um truque qualquer.
Baseado em Walter Benjamim, e numa apresentação que fizemos. |