A interpenetração entre História e teologia é um fator preponderante nas religiões judaico-cristãs. Sua própria visão de um Deus transcendente e atemporal resulta numa concepção linear da história, onde tudo teve início fora do tempo, e acabará, também, fora do tempo. Além disso, as construções teóricas destinadas a estender a religião, conquistando o maior número possível de fiéis, foram concebidas em cima da transição entre o tempo onde os judeus eram o povo escolhido e um novo tempo, onde o pacto se estende a toda a humanidade. Tal construção necessitou de sólidas bases históricas, de marcas temporais facilmente identificáveis, de modo a delimitar claramente as fronteiras entre os dois tempos. A necessidade de integrar os relatos bíblicos e a história romana dá origem à história cristã, a qual foi definitivamente fundamentada e ordenada pelo Bispo de Hipona, Santo Agostinho.
Influenciado pelo monaquismo, neoplatonismo, e maniqueísmo, sua obra é fundamental para a afirmação da Igreja Católica, legitimando várias das idéias citadas anteriormente, e sua vida serve de exemplo de comportamento esperado de um cristão. Considerada como sua maior obra, A Cidade de Deus é um esforço teológico-filosófico de fundamentação da fé cristã, abrangendo a trajetória do homem através das narrativas bíblicas, que desemboca numa visão dualista resultante de suas experiências filosóficas anteriores. Este dualismo impregna a cristandade até os dias de hoje, bem como as demais idéias de Agostinho sobre a humanidade, e suas implicações históricas, desde a queda do homem - início da história – até a redenção – fim da história.
Bibliografia: Um texto que não me lembro o nome ou o autor. |