Usina de Letras
Usina de Letras
230 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Escravista e usura -- 23/09/2008 - 17:02 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Escravista e usura

Aroldo Arão de Medeiros

Ele não é o dono da Geleco, mas é o filho do dono. Estou falando de Anderson, engenheiro da Geleco, que significa Geração Elétrica e Comissionamento.
Tudo o que passarei a relatar é verdadeiro, com uma única ressalva: os nomes foram alterados para que não sejam identificadas as personagens.
Ele trata os funcionários como escravos, sugando o máximo que pode dos pobres coitados e pagando o mínimo possível. Por exemplo, vejam o que aconteceu com um funcionário que era competente, cumpridor do dever e que exercia a função brilhantemente. Vendo que o seu trabalho não era reconhecido financeiramente, foi pedir aumento de um real a hora. Pasmem! Anderson, além de não ceder qualquer centavo, ainda o demitiu.
Outro caso que me lembro é do Paraíba, um chefe de turma que era um modelo de competência e dedicação. Pediu para o patrão cento e cinquenta reais, porque a esposa estava doente e precisava de remédios caros, que exigiam mais dinheiro do que dispunha. Anderson, do alto de sua soberba, disse que não tinha. Paraíba ainda tentou mais uma vez, argumentando que o dinheiro seria um adiantamento que Anderson poderia descontar no final do mês. Desenlace da história: demissão, sem choro nem vela.
Se não bastassem esses exemplos, ainda há mais coisas ruins a se falar de tal sujeito. O café da manhã é servido às sete horas, mas a cozinheira só chega às oito. Seu Adão, um misto de zelador, vigia e pau-pra-toda-obra, com pena dos peões, passou a acordar às cinco e meia para fazer o café. Em conversa com um empregado mais graduado, explicou-lhe que não estavam pagando hora extra pelos seus préstimos. Esse empregado, Tonera, com pena do seu Adão foi ter uma conversa com o Anderson e seu pai, o seu Dauri. Recebeu como resposta que o Adão fazia o café porque queria. Tonera rebateu que se ele não preparasse o desjejum dos trabalhadores, estes ficariam fracos para o trabalho. Dauri e Anderson disseram que iriam resolver o problema. Um dia depois da conversa, seu Adão pediu para Tonera não tocar mais no assunto, pois os dois o destrataram, até usando palavrório de baixo calão, e o ameaçaram demitir. Seu Adão disse que continuaria como estava, pois precisava demais do emprego.
O que mais marcou foi o que contou o Lambido, um jovem servente que num dia de muita gripe, e com a garganta em frangalhos, pediu uns trocados para comprar Dipirona. Anderson negou, sempre com a desculpa de que não tinha dinheiro. O rapaz não póde trabalhar no sábado e, no dia do pagamento, viu descontados de seu salário mais uns míseros reais.
Se essa dupla - Anderson e Dauri - vivesse no tempo da escravatura, açoitaria os negros desobedientes estampando um sorriso de glória.


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 16Exibido 357 vezesFale com o autor