Sobre a Usina, fico às vezes meditando em certas penúrias que por aqui aparecem.
Felizmente, o que é “esterco” vai voltando paulatinamente para o adubo de alguma estrebaria que na penumbra o espera. Pois, tudo acaba se resolvendo por si mesmo, e as coisas tomam seu perfil definitivo. É que as pilhérias se cansam de si mesmas e voltam para o seu redemoinho de sarcásticas angústias, de onde jamais deveriam atrever-se a sair.
Mas, em “dando a César o que é de César”, fico por aqui a garimpar os valores da Usina que realmente vale a pena citar.
“E neste exato momento, em que sinto uma necessidade enorme de escrever, eu não consigo. Acho que não sinto.
Esgotaram-se meus sentimentos? Não pode ser.
Eu sou toda sentimentos...
Sou amor, sou paixão, sou raiva, sou dor, sou tesão, sou desejo, sou LOUCURA, sou...sou tantas coisas e agora sou vazio.”
Rosa Zampol, In:
Sou Toda Sentimentos
Rosa me fez lembrar... Por que todos os artistas da palavra têm, em sua rota de inspiração, esses surtos de “não conseguir palavras em determinados momentos nos quais gostariam de escrever”?
Repentinamente, encontro uma resposta:
O sentimento, de tão grandioso, não consegue concatenar a ordem correta das palavras. E estas, por sua vez, devem ficar cansadas... Não será por que as solicitamos no momento exato em que dormem?
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