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Cronicas-->Um Guaíba de Poesia -- 14/10/2008 - 23:47 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um Guaíba de Poesia

Por Cel Eng R/1 Hiram Reis e Silva (*)

Porto Alegre, RS, 13 de Outubro de 2008

"Ama as águas! Não te afastes delas!
Aprende o que te ensinam!
Ah, sim! Ele queria aprender delas, queria escutar a sua mensagem. Quem entendesse a água e seus arcanos - assim lhe parecia - compreenderia muita coisa ainda, muitos mistérios, todos os mistérios". (Hermann Hesse - Sidarta)


- Falando da Morte

Sempre que posso, no intervalo de minhas remadas infindas, gosto de ler poesia. A solidão, as paradisíacas paisagens das praias e ilhas do Lago Guaíba, a suavidade da brisa, o rumor das águas, tudo convida à meditação e embala a alma para estes mágicos devaneios literários. Sentado sobre as pedras, na Ilha do Francisco Manoel, lia, distraído, a poesia de Gabriel José Garcia Márquez - Falando da Morte:

"... Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar...

... Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa..."

De repente, minha memória, madrugando no passado, recolheu imagens de uma entrevista que dera a minhas diletas amigas, professoras Silvana e Patrícia, do Clube de História do Colégio Militar de Porto Alegre, a respeito do Projeto-Aventura Desafiando o Rio-Mar. Na oportunidade, quando me indagaram qual era o meu maior medo, acho que esperavam que fosse algo que atentasse contra a minha vida ao enfrentar as áreas ermas da Hiléia ou as misteriosas águas do Solimões e quando respondi que era a possibilidade de não concluir o trajeto elas ficaram surpresas.

Há um ano e oito meses que navego solitariamente pelo Guaíba enfrentando todo o tipo de obstáculos. Aprendi com as águas, com os ventos, comecei a entender suas mensagens sutis observando as nuvens, os pássaros e os insetos. Aprendi a reconhecer minha capacidade e minhas limitações, a fazer companhia a mim mesmo e me alegrar com isso, a refletir sobre minhas ações, a declamar poesias enquanto navego para educar a respiração. Foram intermináveis horas de aprendizado e sempre, em cada momento, senti a presença de uma `Força´ fantástica me conduzindo, me apoiando. Não foram raras as vezes em que depois de remar de 40 a 50 quilómetros encontrava energia para nos últimos dez acelerar o ritmo tentando melhorar o tempo, era como se a `Força´ canalizasse os ventos para a popa do caiaque e me impulsionasse. Como posso temer algo se `Ele´ está comigo e, em última instància, se alguma fatalidade acontecesse, acho que seria uma boa morte e em boas companhias.


- Se - Rudayard Kiplig

Não gostaria, jamais, de partir para a derradeira jornada, amarrado ao catre e cercado de cuidados médicos. Socorro-me novamente da poesia, desta feita pela letra do poeta do império britànico para ratificar o que penso:

"E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao mínimo fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais - tu serás um homem, ó meu filho!"


- Arita Damasceno Pettená

Gostaria de encerrar com os versos da nossa poetisa, professora, escritora e jornalista e presidente do Clube dos Poetas de Campinas:

"Quando em mim tudo for silêncio
e a própria via esvair-se
nas esteiras das águas flutuantes,
hei de buscar, no primeiro ancoradouro,
o porto seguro para meus sonhos todos.
Que importa que haja ondas revoltas,
ameaçando um casco acorrentando.
Quero respirar, no último momento,
a esperança diluindo-se em espumas,
espumas desmanchando-se em esperanças".


(*) Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazónia Brasileira (SAMBRAS)

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