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Cronicas-->Meu voto (2008) -- 24/10/2008 - 19:23 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MEU VOTO (2008)

(*) FERNANDO BEVILACQUA

Frequentei as urnas públicas durante 52 anos. Desde logo revelo minha idade - 70 anos (quase completos).

No àmbito de escolhas presidenciais, meu primeiro voto, e primeiro erro, foi em Jànio Quadros. Utilizou sua vassoura de campanha para varrer a si próprio e espalhar no ar vapores do comunismo com sua renúncia e que para sua dispersão trouxe a reboque o aborto de novas e autênticas lideranças no país. Muito tempo se passou sem estrelas cintilantes no céu, mas, por outro lado, livramo-nos (?) do atraso sócio-político que o regime comunista deixou nu, quando mostrou a fraude que era. E ainda há humanos (?) que o defendam, especialmente quando degustam um vinho de safra especial acompanhado de caviar -ou seriam trufas?

Alguns historiadores confiáveis assinalam que o governo de Juscelino ligou o motor do processo de industrialização do país, mas também do enorme endividamento da república, naquele delírio de "cinquenta anos em cinco". Outros historiadores, também confiáveis, destacam aquele governo como "histórico", no sentido relevante da palavra. Com a palavra os estudiosos do assunto.

Nestes meus escritos desalinhados vou evitar, tanto quanto possa resistir, tecer análises e julgamentos dos governos desde 1964, mesmo porque não teria competência pata tal.
Tenciono apenas expressar algumas revisões de vida e expor meu pescoço ao cutelo dos discordantes.

Muitos são os que identificam a política como um "exercício de paixão". Acho que a pintura persiste, embora veja naquele exercício e atualmente, certo alentecimento do antigo vigor. Até a década de 60, militantes e partidários disputavam a pancadas a defesa de suas agremiações e seus líderes. Como no futebol, ai do rubronegro que aplaudisse o time cruzmaltino!

Época houve em que realmente existiam partidos políticos no Brasil. (minha visão). Época da UDN, do PSD, do PTB. Quando alguém esquecia (?) do nome do partido, identificava-o através de seus líderes: assim fora o "partido" do Getúlio, do Lacerda, do Ademar de Barros, do Benedito Valadares e até do "Rato" Fiúza (PCB). E mais: não havia necessidade de leis e regulamentos que prescrevessem a lealdade partidária. Esta era inata nos afiliados.

O mesmo acontecia nos times de futebol. Quando havia troca-troca, o atleta desvinculava-se de seu clube de origem isto muito anos após de a ele se dedicar. O quê? Ademir (o "Queixada") fora do Vasco? Zizinho deixou o Flamengo? Nilton Santos trocou o Botafogo? Castilho saiu do Fluminense? Nem imaginar. Hoje os atletas gravam entrevistas para a TV beijando com inusitado fervor o escudo do clube, aquele mesmo escudo colocado na projeção do coração. Pronto. Nasce uma nova paixão, que será trocada por novo beijo ardente pouco tempo depois. Estranha súbita paixão! Fidelidade sim, à grana!

No terreno dos partidos políticos, e que hoje me pergunto - existem, de fato? - comparo-os a "armazéns" de produtos deteriorados ou a "ninhos" de vorazes roedores. Misturam-se em asquerosa mixórdia. Contaminam-se uns aos outros e se devoram; sobra pouco para o povo. Conclusão: jogadores são vendidos, políticos são comprados.

Justiça a ser feita a um, que como antes, tem nome sempre vinculado ao seu partido de origem. Trata-se do nosso delirante "guia" - este homem "partido" do Partido dos Trabalhadores.
Tantas linhas descuidadas que espero possam amenizar a ira dos entendidos em política (há alguém que entenda a nossa?).

Fui um perfeito idiota e enganado ao longo de meus 58 anos de eleitor em atividade. A rigor, e de acordo com a máxima que "política é paixão", apenas uma única vez depositei na urna um "voto apaixonado" - foi em 1960, para governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda. Não foi apenas um voto de paixão; talvez o único que acertei integralmente, sem arrependimentos.
Não é questão de conclamar, mas de declarar:

Passei 58 anos votando sem paixão (ou raramente dela acompanhado); meus votos quase sempre foram deslavadamente indecorosos, seguindo a triste e inconsequente linha de muitos (que lástima) - votar no "menos ruim" ou naquele que venha a impedir que o "pior" venha a disputar o segundo turno. Isso nunca foi um voto consciente mas um voto de descontente. Mas o que fazer, se os políticos lentamente destruíram minha consciência política?

Com os exemplos nos quais tropeçamos a cada dia, paridos das nossas "Conchas Niemeyerianas" e da "Alvorada da Bandidagem" e que se apresentam antes como intransigentes defensores da decência e da probidade e que, pouco tempo depois se despem de suas "fantasias" de moralidade e caem no samba das "ratazanas deslumbradas e famintas".

Hoje, cansado de me ver como imbecil, e amparado por alguns muitos resultados das últimas eleições, que voltam a trazer para o interior das càmaras municipais ladrões, marginais, matadores (alguns, inclusive, eleitos mesmo estando presos) é que declaro o mais acertado dos meus votos dos últimos pleitos brasileiros;
NULO.

Felizmente esta a última ocasião em que sou obrigado a votar para que antes, ironicamente, fosse considerado um cidadão pleno (pleno de decepção com esses políticos que debocham do seu povo).

Inicialmente me comprometi a não conclamar, só declarar. Menti.

Sigam-me os que forem brasileiros - nem todos, naturalmente, só os otimistas!

(*) PASSANTE ENGAJADO



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