Borboleta negra
Das asas rendadas,
Atraída pela luz,
Perdeu a inocência,
E se tornou objeto
Da sordidez humana.
Lembrou a nudez da lagarta.
Lembrou a solidão do casulo.
Mas, apaixonada pela liberdade,
Alçando vôo, jamais voltou
Hoje é prisioneira de si mesma.
Suas asas grisalhas,
Já não têm o mesmo viço.
E agora prepara
A nova crisálida,
Fugaz mortalha,
A ser plantada na terra,
Semente de outra futura
Borboleta Negra,
Metaforicamente mulher.
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