POEMA
A noite é breu,
Nenhuma penumbra deixara cicatrizes
Se o silêncio do luar é todo meu,
o entardecer, eu sei, mas, uma luz
mesmo no cinza-inverno do caminho
virá trazendo a estação primaveril
Meu coração de aço polido, é clausura
Preso as tuas teias distantes, fúteis...
Dentro do peito a nudez do sentimento
Nele, o desejo ardente destes amores inúteis
Sangrando na aridez do silencio...
Amor, Me manda os sinais,
Quero quebrar o espelho desta penumbra
Não há desespero, ainda ouço os teus ais
Os versos e as rimas nasceram do enigma
Oculto pranto que não se esvai...
Paixão, venha ver aquele nosso jardim
As acácias, as rosas e as amapolas
Floresceram pelo tempo e meu desejo
Mas, os espinhos, o aroma e o amor
Foram semeados do teu rochedo
E da tua alma que nunca brotou uma flor...
A ti ofereço o canto noturno deste poema
Escrito na beira de qualquer poça de lua
sob uma vaga e peregrina luz dourada
refletindo tua alma e tua face seminua...
Nhca
Jul/01
|