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Cronicas-->Loucura x Liberdade -- 30/10/2008 - 19:34 (A.Lucas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se ser livre, ser mais autêntico, é ser "maluco" eu sou "maluco". Desses malucos que sempre passam a imagem de rebeldes sem causa e, mesmo se souberem moderar a rebeldia, ainda são tidos como malucos pela ala mais "à direita" da sociedade.
Alguns grandes exemplos podem passar uma imagem distorcida pela proximidade com drogas e confusões, movidos pela própria insatisfação com a não-maluquice dos outros. Eu mesmo quase tomei um rumo próximo desse "excesso de maluquice" em algum momento da minha vida, mas acabei sucumbindo ao lado mais careta e, por um bom tempo, não escrevi mais poesias nem gastei mais metade do salário com fotografia... Acho que a "disputa" aqui ficou entre algo próximo à loucura santa de Francisco de Assis e a burguesia odiada por Cazuza.

Se eu disser por aí "primeiro eu, segundo eu, terceiro eu" isso passa uma imagem egoísta ao extremo, num tom pejorativo. Acontece que isso não é ruim, desde que esteja temperado com uma ponderação séria e cuidadosa sobre os limites onde começa o direito dos outros de fazer a mesma coisa.

Ao buscar qualquer forma não egoísta de dar apoio a alguém temos sempre um único objetivo primordial: mostrar um possível caminho àquele que quer ser ajudado (e esse querer é condição essencial neste processo...) mas a nossa motivação pessoal é egoísta e isso deve estar claro para nós: só sobrevivemos se conseguirmos dizer a outro que é possível mudar e viver melhor. Não fazemos isso prá ajudar, mas prá sermos ajudados. EU preciso incentivar alguém a mudar e para isso tenho que estar bem, para que outros estejam... aí a coisa deixa de ser egoísta e passa a ser altruísta. Sei que parece meio (ou completamente) confuso, mas é simplesmente gostar de mim em primeiro lugar, prá poder aprender a gostar dos outros.

Pode ser quase heresia, mas Francisco de Assis, na sua loucura santa, não estava realmente buscando o "auxiliar ao próximo" mas sim o próprio crescimento espiritual. Parece frio? É sim, mas acredite: o único caminho que existe nesse mundo para crescer espiritualmente é centrado no EU, não no TU. A vida, desde o nascimento até a morte, é sempre solitária. Tudo que é importante é feito só.
Buscar mais amar que ser amado? É ótimo! "EU" me sinto bem quando amo, não me importa se me amam... e quando busco ser amado sofro se não me amam. Mas devo estar atento, pois posso estar tirando dos outros a chance de poder me amar para também se sentirem felizes. O que o pai de Francisco de Assis deve ter achado quando ele jogou seus "tesouros" pela janela? Provavelmente que não era amado pelo filho. E caberia a Francisco, não ao seu pai, ter a compreensão dos valores alheios para dar-lhes a felicidade, ainda que falsa.

O verdadeiro altruísta é aquele que sabe se fazer amar para dar essa felicidade aos outros, mesmo não amando. Aplique o princípio que "feliz é o ignorante" e você vai entender. É uma bela e um tanto cínica inversão de valores, e traz muita dor até você se acostumar à idéia, mas os budistas avisam: "Não ponha o pé na água se não vai atravessar o rio. Esteja pronto quando for atravessar, pois no meio dele você estará só e do outro lado o que te espera é o Nada, mas todos tem que ir um dia, queiram ou não." Por isso temo tanto o vazio, apesar de poder suporta-lo estoicamente (não reparem, andei lendo o "Aurélio"), mas o vazio dói mais que qualquer dor. Preciso sempre lembrar que esse pode ser um grande caminho para eu achar minha saída: um salto no escuro. Mas só posso fazer esse salto se tiver muita fé num Poder Superior a mim mesmo.
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