Usina de Letras
Usina de Letras
229 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->JOÃO ALEXANDRE E PEDRO BANDEIRA -- 31/10/2008 - 09:49 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A dupla de cantadores de improviso mais famosa que pisou a microrregião de Picos, nos idos dos anos sessenta e setenta, foi, sem dúvida, João Alexandre e Pedro Bandeira. Nada de enganação, nada de versos previamente decorados. Tudo era de improviso mesmo, embora tivesse um bom repertório guardado no rico baú de sabedoria popular para agradar à platéia que, vez por outra, pedia a repetição de algum martelo galopado cantado em outras oportunidades; afora isso, tudo era feito de repente. Daí a razão de serem os cantores também conhecidos como repentistas.
Havia, em Santo António, um cidadão chamado António Leal que tinha por hábito chamar os homens de corno, fossem casados ou não. Isso não incomodava ninguém, e alguém jamais se zangou com suas galhofas. Sabendo que João Alexandre e Pedro Bandeira fariam uma apresentação na vizinha cidade de Monsenhor Hipólito, António Leal fretou um jipe, juntou uma turma de amigos e foi pra lá a fim de ouvir a cantoria.
Era costume dos cantadores receberem, além do cachê do contratante, gorjetas dos ouvintes, em demonstração de agrado e reconhecimento à qualidade dos serviços do artista. Para isso, colocavam um chapéu ou uma bacia bem na frente das cadeiras em que ficavam sentados. Encantado com a beleza dos versos que ouvia, António Leal puxou uma nota de dez cruzeiros, botou dentro da bacia e cochichou no ouvido de Pedro Bandeira: "Eu quero que faça um verso chamando todo mundo de corno." Sem vacilar, o cantador afinou a viola em sinal ao parceiro, avisando-lhe de que estaria mudando o tema do repente. Em seguida, dedilhou as cordas do instrumento repetidas vezes, buscando inspiração e abriu a goela:

"Aqui em Monsenhor Hipólito
Corno vai e corno vem
Corno quem mandou cantar
E corno quem canta também
Se mandarem correr os cornos
Aqui não fica ninguém."

Briga, confusão, nada disso! Aquele improviso arrancou uma estrondosa gargalhada de todo o povo presente. Ninguém se importava com as brincadeiras do Leal, até porque ele mesmo havia sido chamado de corno nos versos do cantador.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui