Usina de Letras
Usina de Letras
61 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62193 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10352)

Erótico (13567)

Frases (50598)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->O PÉ DE CÁ-TE-ESPERA! (crónica) -- 03/11/2008 - 08:40 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O PÉ DE CÁ-TE-ESPERA! (crónica)
Ana Zélia

Era entre os mortais daqueles que a todo instante pedimos que o Diabo o leve.
Mas, a Moça loira o quer e ele peregrina cá na terra.
Não servia nem pra morrer, como dizia a mulher e os parentes.
Mas um dia, ele se foi. A Moça com sua foice o escolheu, não interessava a ela, se branco, negro, bom ou mal. Chegou seu dia.
__ Morreu o homem mal. Quando somos este homem mal?
__ Quando por algum motivo não aceitamos as normas ditadas pelos "bons".
A primeira pergunta após o último suspiro foi mortal:
__A QUE HORAS SERÁ O ENTERRO?
__ Quanto mais breve, melhor...
A esposa e os parentes foram ao campo santo resolver o assunto. O Administrador, após verificar o Atestado de Óbito começou a retirar uns papéis, eram taxas daqui e dali. Após um espaço de tempo disse: __ Paguem tudo isto e retornem na hora do enterro.
A mulher estrebuchou: __ Como é? Ainda se tem que pagar tantas taxas pra se enterrar um traste tão ruim?

O parente mais calmo disse: __ Melhor assim. Dele já nos livramos. É! Disse a mulher e saíram. Na hora do enterro, o cidadão é colocado no carro ABRE-ALAS com direito a uma buzina especial pedindo passagem para o tal. (iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiih!)
Todos param. Duvido que outro carro esbarre em carro fúnebre, numa ambulància, só o fazem desrespeitando normas internacionais de trànsito e de respeito à sirene que pede passagem... E lá se vai o morto todo na dele como um Marechal diante da tropa, pelo menos aqui ele é o primeiro.

Adentram o campo santo e lá vem o coveiro com outro carro que mais parece uma maca e nele colocam o caixão e aguardam a resolução da papelada e seja o enterro autorizado. O coveiro apita, um som funesto se faz ouvir, é a hora do maldito ir-se. A família pensa assim. Depois de morto vem a lei a proteger. É por isto que falam baixo...
O buraco aberto aguarda o inditoso morador. Uns atiram barro com os pés, outros pedem ao coveiro a pá e joga um punhado de barro, última coisa que fazem para desabafar o ódio. Não houve choro, mas houve velas... As flores mais caras não lhe foram dada. Pela primeira vez estavam felizes.
Já se iam embora quando uma voz rouca saindo do fundo da terra se fez ouvir:

__ Já se vão! Pensam que se livraram de mim?
Enganam-se. Fico aqui, mas desde já planto um pé de cá te espera!

__ QUEM SERÁ O PRÓXIMO?
É a vida.

++++++++++++++++++

Ao HOMEM, este ser que mesmo no caminho da última morada, deve ser grande e primeiro. Publicada no livro Mulher! Conquista fácil! (Poesias e cronicas), editado. UFAM/1996. Ana Zélia





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui