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cronicas-->EUA - Novo paradigma -- 06/11/2008 - 21:18 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EUA - Novo paradigma

http://www.if.org.br/editorial.php

Publicado em 05/11/2008.

As eleições norte-americanas surpreenderam em vários aspectos. Há pouco mais de um ano ninguém havia ouvido falar em Barack Obama, sequer se poderia imaginar que ele seria candidato à Presidencia, derrotando o clã dos Clinton no àmbito do Partido Democrata. Além de negro - uma questão que nos EUA está cada vez mais longe de ser racial, dada a presença quase comum de negros em postos de alta responsabilidade, desde a Suprema Corte, Secretaria de Estado, Secretaria da Defesa, sem mencionar o resto - o nome, justamente um nome muçulmano, seriam tidos como impeditivos.

Mas a democracia federativa dos EUA falou mais alto do que interesses partidários. Começou nas primárias, o processo em que o próprio eleitor, em cada estado - cada um com peso federativo em delegados - escolhe o candidato que deseja para o seu partido ou o partido com o qual simpatiza. Termina com o mesmo conceito, nas eleições para valer, na qual, até o menor estado, menos populoso, pode decidir uma eleição acirrada. O processo, tão criticado por quem não o entende, defende a Federação de oportunistas e populistas e respeita o poder de cada estado, mesmo aqueles com quatro delegados contra as dezenas de delegados da Califórnia e Texas.

O Povo Americano queria mudanças e resolveu apostar no novo. Os riscos que foram aventados pelos opositores podem ser absolutamente minimizados pela força das instituições, considerando o conceito adotado de pesos e contra pesos (check and balances), mesmo com o Congresso dominado por partidários do ocupante da Casa Branca. Nenhuma emenda constitucional entra em vigor sem a ratificação de 3/4 dos estados, razão que explica a manutenção de uma única constituição desde 1789 com os sete artigos da Confederação e 27 emendas em 220 anos. Além disso, tem a Suprema Corte que possui uma independência muito maior do que muitas cortes superiores em outros países, em especial os latino-americanos.

Se Obama vai adotar o que discursou - redistributivismo com mais impostos, penalizando a classe média, que é detentora da maior parte dos investimentos que geram empregos - será punido daqui a dois anos, quando haverá eleições para 1/3 do Senado. A preocupação com a política externa é, sem dúvida mais pertinente, mas é provável que a força das instituições e o grande debate lastreado nas experiências americanas ao longo dos últimos 150 anos, envolverá com mais vigor a própria população, que afinal, foi a grande vencedora nesta histórica eleição. Mas a quebra do paradigma traz muito mais responsabilidade e não poderá contraria o espírito dos founding fathers, ainda presente na Constituição e no espírito daquela nação.

O que se deve atentar de mais importante nesta singular eleição, independente de quaisquer análises ideológicas, suposições, medos e esperanças, é, não apenas a vontade expressa pelo Povo Americano no processo realmente democrático, mas o impossível que se tornou possível, que encarnou o espírito das mudanças defendidas nos palanques, sem que o eleito fosse personagem conhecido, sem experiência administrativa, apenas como político, o que pode contaminar muitos países, quem sabe também, o próprio Brasil. Aqui, é claro, as mudanças precisam ser muito maiores do que as que Obama prometeu. A começar pela transformação do País em uma Federação de verdade. Sim, nós podemos fazer isso.


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