Usina de Letras
Usina de Letras
140 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50628)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Erotico-->Ânsia -- 06/05/2007 - 13:49 (Ricardo Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A visão era devastadoramente bela: nu, um corpo escultural, jovem, jazia em minha frente, após anos de um desejo que nunca conheceu descanso.
A pele branca a contrastar com os lençóis negros, aqueles olhos oceânicos fixos nos meus, a boca implorando o açoite dos meus beijos, os nervos retesados, o cheiro de sexo perfumando o ambiente.
Não! Nada era igual ao que eu costumava imaginar em minha solitárias noites de delírio.
Durante anos fui convicto da impossibilidade de viver o que estava vivendo naquele momento, um objetivo absolutamente inalcansável, mas que começou a tornar-se realidade quando, naquela noite fria de setembro, nos encontramos por acaso na fila de um caixa eletrônico.
Lembro que eu tremia. Não de frio, mas por estar quase colado ao meu ideal de beleza, de prazer, experimentando uma sensação até então desconhecida e que parecia acontecer somente comigo.
Após a troca de olhares e uma certa timidez, veio a confusão fingida de não conseguir lidar com uma simples operação de depósito e o conseqüente pedido de ajuda.
- Nunca me acerto com essas coisas! É incrível como estão complicando tudo hoje em dia! ´Será que tu podes me ajudar aqui? - disse, voltando-me aquele rosto delicado e lindo.
Ajudei, e enquanto o fazia invadiu-me a idéia de tudo aquilo ser um sonho.
Conversamos rapidamente sobre o fato de já nos termos vistos, comentamos alguns detalhes sobre nossas atividade, trocamos endereços e nos despedimos.
Por fim realizei minha operação de saque.
Ao sair da cabine, caminhei rente ao cordão da calçada até meu carro e quando estava girando a chave na porta percebi um veículo parando bem próximo a mim e um voz que disse:
- Oi! Desculpa! Sabe, eu não estou a fim de ir para casa agora. Tu não queres dar uma volta?
Foi somente o tempo de retirar a chave da porta, religar o alarme e, sem pensar duas vezes, embarquei.
Depois de horas passadas na mesa de um bar, quando já no apartamento dele, inflamados pelo desejo, tudo parecia sem sentido, a não ser o próprio prazer de um encantamento mútuo, nos impelindo a um lúbrico deleite.
Assim, entrelaçados e empenhados na busca do gozo mais intenso, não conseguíamos parar, nem sequer diminuir o ritmo frenético que nos dominava.
Naquela noite, percebemos que não conseguíamos nos satisfazer por mais que nos entregássemos à sucessivos clímax, pois bastava um toque, um olhar, um suave roçar de coxas, de pelos, para que a libido, implacável, reacendesse em deliciosa fúria, onde o limite do nosso prazer era imposto pelo cansaço.
Hoje, passados alguns anos, nossa paixão mantém-se inalterada, o encantamento permanece imutável, e vivemos imersos em uma ânsia que não cessa e que implora por nos lançar um nos braços do outro, na cumplicidade madura e lúcida a nos levar à exaustão de nossas forças, ao sono e a um eterno e devasso recomeçar.
FIM

Visite Temporal de Idéias
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui