A Crise que Ninguém Vê
Análise escrita por Cezar Cauduro Roedel, em 13/11/2008.
http://www.if.org.br/analise.php
Volatilidade cambial, queda das bolsas, febres especulativas, inflação, retração de crédito, entre outros reflexos, já são observados e projetados como resultado de uma crise financeira sistêmica originada nos Estados Unidos da América.
Todavia devemos observar com olhos vigilantes a pior sequela que esta crise está trazendo, uma onda de estatismo generalizada e apoiada por milhares de indivíduos que acreditam que o governo resolverá os reflexos negativos de uma crise que ele mesmo criou, (ver JC 23 setembro - pág. 4 - Falha de mercado ou falha de Governo?)
A todo o momento somos bombardeados com informações sobre os reflexos da crise financeira e o importante papel da intervenção estatal neste contexto. Sejam os pacotes de salvamento do governo americano, europeu, até a MP 443 do governo Lula, que permite que o Banco do Brasil e a Caixa Federal estatizem bancos em difíceis situações financeiras e ainda possibilita interferências no mercado segurador e previdenciário além do ramo da construção.
Como disse o economista Roberto Campos, "os sobreviventes do naufrágio das esquerdas mundiais procuram hoje, por toda a parte, alguma saída para seu universo ideológico desarvorado." O nobre economista não pode vivenciar fisicamente a resposta, pois os estatólatras realmente acharam uma saída, visível a todos nós.
Os jornais, analistas, economistas, noticiários, parecem nada se preocupar com a intervenção do Estado nas economias, realmente a propaganda estatista está sendo bem feita e os incautos já baixam suas cabecinhas ao grandioso sábio de todos os tempos, o único capaz de resolver os nossos problemas, o Estado.
Estamos no começo de uma crise, uma crise que colocará o Estado no céu e o mercado no inferno. Os papéis estão invertidos e os analistas prosseguem com suas análises profundas que lhes tapam os olhos de uma crise muito pior. O Estado está ganhando a chancela para intervir cada vez mais.
Quando todos perceberem, será tarde demais. A pior crise é aquela que ninguém vê.
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