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cronicas-->Crise mundial: Irresponsabilidade organizada -- 24/11/2008 - 09:50 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ex-Blog do Cesar Maia

24/11/2008

"IRRESPONSABILIDADE ORGANIZADA"!

Trechos do artigo "Um Mundo Fora de Controle"? - do professor Daniel Innerarity - da Universidade de Zaragoza - sobre a Crise atual. El País de 20/11.

Este Ex-Blog chama a atenção para o conceito do professor, que a globalização produz um mundo interconectado, paradoxalmente de responsabilidade limitada, porque não dá transparência a quem cabe a irresponsabilidade.

1. A idéia de um mundo interconectado, que nos serviu de lugar comum para designar a realidade da globalização, implica, em princípio, um mundo de responsabilidade limitada, porque não difunde o abertamente irresponsável, sobre o qual não se pode estabelecer nenhum controle e de que ninguém se ocupa.

2. A interconexão significa, por um lado, equilíbrio e contenção mútua, mas também se refere ao contágio, os efeitos em cascata e a amplificação dos desastres, como é o caso da recente crise financeira. O mundo interligado é também esse "mundo atrevido" de que falava Giddens na hora de qualificar os aspectos menos gratos da globalização. No entanto, não sabemos detectar, gestionar e comunicar os riscos globais. A globalização financeira é muito mais frágil do que a comercial.

3. Uma parte dos riscos havia sido dispersa no mercado, de maneira que as instituições financeiras apenas podiam medi-los e estimar seu impacto futuro. Quando o horizonte temporal se estreita e só é levado em conta o interesse mais imediato, é muito difícil evitar que as coisas evoluam catastroficamente. A crise financeira é, em última instància, uma crise de responsabilidade e o procedimento que melhor representou isso foi a extensão dos produtos financeiros, como a titulação (produção das correntes de derivativos), que traduziam a vontade de afastar os riscos até ao infinito, ou seja, aceitar os riscos sem querer assumir suas consequências.

4. Tratar-se-ia de algo que poderíamos denominar de "riscos sem riscos". A titulação atuou como um mecanismo global de "irresponsabilização", que disseminava e dissimulava ao mesmo tempo os riscos, tornando opacos os mercados. Este e outros produtos financeiros permitiam evitar ou neutralizar os riscos das operações de empréstimo, transferindo a responsabilidade para os mercados de natureza especulativa. A opacidade dos mercados impedia o controle e tolerava os riscos excessivos, títulos opacos cujos riscos ninguém era capaz de avaliar.

5. A isso se juntaram certas operações de resgate, que serão inevitáveis, mas que não servirão para promover condutas responsáveis. Beneficiaram-se de tais medidas aqueles atores económicos que podem assumir riscos excessivos sem ter de sofrer as consequências das catástrofes em série que sua quebra poderia produzir no resto da economia.

6. Por isso tudo, deve-se limitar a titulação, ou seja, a opacidade dos riscos no mercado de produtos derivados, de maneira a que as dívidas não sejam instrumentos de especulação; responsabilidade dos acionistas, reservando o direito de voto aos que se comprometam de forma estável com a empresa para permitir-lhe conduzir uma verdadeira estratégia; responsabilidade dos Estados, que se devem entender sobre um sistema de paridades estáveis, impedindo, assim, as oscilações violentas de divisas, desconcertantes para os agentes económicos; e responsabilidade dos bancos centrais.

7. Mas convém não perder de vista que estes compromissos foram conseguidos por meio de uma rede cada vez mais densa de dependências, onde as obrigações perderam visibilidade e nitidez. Ao mesmo tempo, um mundo de crescentes interdependências aumenta também o número de consequências das ações que não são fáceis de imputar. Este conjunto de circunstàncias e outras similares justificam a denominação de "irresponsabilidade organizada" (Ulrich Beck) na hora de qualificar nossas sociedades.

(*) Titulação consiste em converter um empréstimo ou um ativo não negociável (participações hipotecárias) num título negociável (bónus denominados hipotecários), etc...


PREÇOS DAS COMMODITIES DESABAM!

Preços médios de julho à primeira quinzena de novembro. (Reuters/Jefferies elaborado pela RC Consultores e divulgado pelo ESP).

Gasolina (-60%), Petróleo (-59%), Cobre (-55%), Óleo Diesel (-47%), Óleo de Soja (-45%), Soja (-40%), Zinco (-39%), Alumínio e Estanho (-37%), Farelo de Soja (-34%), Suco de Laranja (-32%), Café (-19%), Celulose (-15%), Açúcar (-9%).


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