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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->Faroeste Caboclo -- 26/03/2002 - 11:19 (Cristiany de Melo Maeda) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FAROESTE CABOCLO


João de Santo Cristo, um rapaz marcado pela dureza do destino, resolve mudar de vida e ajudar as pessoas sofridas do seu lugar. Vai para Salvador, cidade das praias que tanto sonhava, onde, assim que chega, depara-se com uma situação inusitada.
O caso é que um boiadeiro, arrependido de ir conhecer a filha por ele abandonada, ainda quando criança, decide abrir mão de uma passagem para Brasília, após uma confusão com João, num pequeno bar. João vendo ali a oportunidade de ajudar o boiadeiro e ficar mais perto do Ministro, parte com a promessa de encontrar a tal filha e aproximá-la do pai, a pedido do tio da moça, dono do bar, sabendo dela apenas o que lhe revela a foto de um recorte de jornal e um endereço antigo de sua mãe.
Chegando à rodoviária da Capital nacional, João segue para o dito endereço, na Ceilândia. Informado de que já se mudara há muitos anos, perambula pelas ruas, sem ter onde pernoitar. Sentado numa calçada, encostado a um poste, ele vê o dia amanhecer numa cidade diferente das outras que conhece. É Taguatinga, acordando para mais um dia de semana, começando a se agitar com a confusão de carros pra lá e para cá.
Ao observar a sua volta, percebe que está em frente a uma madeireira, onde pede ajuda, conta sua história e se oferece para trabalhar. Uma nova proposta lhe é feita: durante o dia ser aprendiz de carpinteiro e à noite, vigiar o estabelecimento, já que se alojaria ali mesmo, num barraco improvisado num canto do terreno.
Tendo aceito a proposta, fez muitas amizades com o pessoal do trabalho. Foi levado a conhecer os agitos da cidade, onde se divertia com mulheres e bebidas. Numa dessas noites, conhece Pablo _ traficante do local, de uns quarenta anos, bem apessoado, boa lábia _ que acaba conquistando a amizade do rapaz. João, carente da presença paterna, deposita em Pablo toda confiança, fazendo-lhe, por vezes, confidências sobre seus planos de falar com o Ministro, de mudar de vida e sobre seus sentimentos.
Dia e noite João trabalha, mas o patrão continua explorando-o. Dessa vez, chama-o para uma conversa, em que expõe uns roubos que tem ocorrido na madeireira. Justifica com isso o fato de cancelar sua única noite de folga. João se revolta, abandona o emprego e aceita uma parceria com Pablo, num negócio mais rentoso e menos legal: plantação de maconha.
Após a primeira colheita, João se torna procurado e conhecido no lugar. Em pouco tempo negocia com os traficantes dali seus pontos de venda. Começa a frequentar o plano piloto e a se aproximar dos boyzinhos da Asa Norte. Mais tarde descobre que um deles é filho de Ministro, o que pode facilitar seus planos de interceder junto a ele pelas pessoas humildes e sofredoras de sua terra natal. Porém, após um roubo proposto pela turma, para selar sua integração no grupo, João é flagrado pela “gang” rival, que o estupra do lado de fora do barzinho em que se encontrava. Mesmo vendo de longe o que ocorre com João, sua turma não o ajuda, fugindo.
Humilhado e ferido, João vê pela primeira vez Maria Lúcia, saindo do barzinho ao lado, acompanhada de umas amigas, que o vêem com receio. Mas Maria Lúcia fixa o olhar em João como se quisesse se solidarizar, como se tivesse presenciado a barbaridade por que passou. João, revoltado, espera as moças sumirem pela rua para ir para o carro.
Rompida a amizade com os boyzinhos, João intensificou suas vendas e não tinha escrúpulos de lançar mão de todos os recursos para conseguir um ponto. Todavia, seu pensamento sempre ancorava naquela moça do dia do sofrimento. Seu olhar, seu jeito de se vestir e de andar invadiam ora e outra suas noites cheias de mulheres vadias, dinheiro sujo e conselhos de Pablo. Freqüentava a Asa Norte apenas para ter aquele olhar novamente sobre si, ainda mais porque ali reinava um tal de Jeremias, que resistia ao seu poder.
Certo dia, soube de uma festa em que estaria o tal Jeremias. João fez questão de ir para ver a cara do sacana. Para sua surpresa Maria Lúcia lhe aparece de passagem e some como um vulto. João a procura a noite toda sem saber que ela era namorada de Jeremias. Encontrando-a só num jardim, vai ao seu encontro e se apresenta. Os dois conversam amenidades. Ela não o reconhece. Ele percebe uma certa tristeza em seu rosto. Ela começa a falar do pai, que não conhece, e de sua carência. Fala do seu sonho de ter uma família ajustada e “normal”, de ter filhos e criá-los honestamente. Fala da decepção de ter um padrasto de quem se orgulhava, por saber que é corrupto. João mente sobre sua profissão, diz que é dono de uma madeireira e que compartilha dos mesmos sonhos quanto à família, após ter falado da sua triste sina. Os dois são interrompidos por uma amiga que a chama. Eles trocam telefones e se despedem.
João, extasiado, diante de tanta beleza, acredita que seu destino finalmente lhe guarda dias felizes e resolve ir embora, esquecendo o motivo que o levou à festa. Saindo dali, procura Pablo e lhe conta tudo que aconteceu, inclusive a decisão tomada: deixar tudo, comprar a madeireira, mudar de vida, conquistar a Maria Lúcia. Pablo pondera mas, vendo que João está decidido, acata sua decisão.
Passado o tempo, a amizade com Maria Lúcia cresceu mas ainda não tinha coragem de se declarar, pois a madeireira estava dando prejuízos, devido a um concorrente subornado por Jeremias, que tudo faz para prejudicá-lo às escondidas. Por isso, também, após uma discussão de Maria Lúcia com o padrasto sobre seu pai, Jeremias se aproveita da situação, engravida-a e lhe propõe casamento. Ela aceita e se afasta de João.
João é procurado por um General, pai de um de seus ex-amigos boyzinhos, para ser parceiro num negócio de revenda em escolas. Se nega e é ameaçado. Procura Pablo que lhe põe nas mãos uma arma, convencendo-o da necessidade. Em troca de proteção, oferece outro negócio, agora, contrabando. João se afasta de Maria Lúcia temendo que sofra alguma represália. Ela acaba acreditando que João tem outro amor e se conforma em ficar com Jeremias.
Jeremias decide matar João para dar fim às suas afrontas. Pablo fica sabendo sobre a tocaia, avisa João para que se esconda e continue o negócio através de um “testa de ferro”. No isolamento, João relembra sua história e percebe que só viu possibilidade de felicidade quando estava com Maria Lúcia. Decide ligar para ela. A empregada diz que se mudou. Consegue localizá-la, mas o pior ainda estaria por saber: o casamento, a gravidez e o pai – Jeremias. João liga a história e se lembra da noite em que a conheceu, na festa em que Jeremias estaria. Fora ludibriado todo o tempo por um segundo nome, pois Maria Lúcia se referia ao namorado dizendo Júnior.
Seu sofrimento agora é total, um misto de dor, raiva, ódio e revolta. João, assim que desliga o telefone, recebe seu “testa de ferro” que lhe coloca a par do duelo convocado por Jeremias e aceito por Pablo.
Pablo, nesse meio tempo, procura Maria Lúcia e lhe conta toda a história de João e de Jeremias. Maria Lúcia se desespera e revela a ele seu amor por João. Os dois choram e planejam salvá-lo do ódio de Jeremias.
No dia do duelo, em meio ao “circo” armado, João cai sem defesa, atingido por 5 tiros pelas costas. Maria Lúcia aparece de trás de Jeremias. João a reconhece, é a filha do boiadeiro. Sorri e desfalece no asfalto ensanguentado. Maria Lúcia dá cinco tiros em Jeremias que cai morto.
Maria Lúcia é presa e João enterrado num dia de chuva e sol pelo amigo Pablo, a amiga e a mãe de Maria Lúcia. Após sair da prisão, Maria Lúcia busca o filho na casa da mãe e os dois encontram o boiadeiro em Salvador, onde o menino filho de Jeremias verá o mar pela primeira vez.



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